Venda de fumeiro volta ao formato presencial após um ano de interrupção, mas com muitas medidas de segurança.
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"Esta é uma feira sem festa, mas serve para não irmos ao charco". A frase que Maria do Céu Sampaio deixa tão suspensa no ar como as cabeças e barrigas de porco que pendura num stand, no pavilhão multiúsos de Montalegre, mostra o quanto os produtores de fumeiro do concelho desejavam o formato presencial. A feira começa amanhã, quinta-feira, termina no próximo domingo, e é uma forma de mostrar que "a vida continua", apesar da pandemia estar numa fase crítica.
O vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira, desdramatiza o passo arriscado dado numa altura em que estão a ser cancelados vários eventos que envolvem concentração de pessoas. "Nos grandes centros comerciais há todos os dias mais gente do que aquela que a feira do fumeiro vai ter em quatro dias", compara, considerando que o certame presencial é "um ato de defesa da economia do concelho".
A venda de fumeiro online, começada em 2021, por não ser possível realizar eventos que juntassem muitas pessoas "correu melhor do que se esperava" para Maria do Céu. Mas, nisto de vender coisas para comer, "não há nada como o contacto com os clientes, porque se virem o produto compram mais".
José Maria Pereira, em Póvoa, e Idalina Pereira, em Pereira, concordam com a conterrânea de Torgueda da Chã. "Tínhamos a expectativa de que a Câmara não nos iria deixar mal, porque queremos trabalhar e queremos fazer a feira cumprindo as regras que forem necessárias", comenta Idalina.
Inicialmente, José Maria Pereira ainda franziu o sobrolho à realização do formato presencial, mas depois de conhecer as regras de segurança acabou por concordar, já que "é uma forma de a feira não morrer".
Também conhecida como "São João das chouriças", a feira tem "regras de segurança muito apertadas" para que, salienta David Teixeira, "os visitantes tenham a garantia de que está a ser feito tudo o que é possível".
O autarca frisa que todos os expositores e outras pessoas que estejam em contacto com o público "vão fazer testes à covid-19". Há circuitos "para que os clientes não se cruzem", a maior parte dos produtos "estão embalados" e o "uso de máscara é obrigatório", entre muitas outras medidas. Os visitantes têm de apresentar "certificados de recuperação ou de vacinação". Também haverá "a possibilidade de fazerem testes no recinto da feira e nas farmácias da vila".