Feira de Artesanato de Vila do Conde: "Aqui o pessoal é comprador. Não vem só passear e ver os ranchos"
Feira de artesanato de Vila do Conde mantém-se até dia 7 de agosto nos jardins da avenida Júlio Graça. Há 200 artesãos para ver.
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"Está a ser a melhor feira que faço aqui!", atira, sorrindo, Abílio Pereira, ele que é presença assídua na Feira Nacional de Artesanato (FNA) de Vila do Conde há 11 anos. Volvida a primeira semana na FNA, Abílio, que "até para o Japão" já vendeu peças, faz o resumo: "Tem aparecido muita gente e aqui o pessoal é comprador. Não vem só passear e ver os ranchos". A 44.ª edição do certame fica nos jardins da avenida Júlio Graça até 7 de agosto. São 11 mil metros quadrados e cerca de 200 artesãos na mais antiga mostra de artesanato do país.
Para os artesãos, vai contando Abílio enquanto entrelaça o vime e dá forma a um candeeiro, as feiras são, muitas vezes, "a melhor montra" e "um cartão-de-visita" que garante trabalho para o resto do ano. Aos 59 anos, o artesão de Barcelos, que começou na cestaria aos 14 anos, a fazer cestos para as vindimas, já fez quase todas as feiras e não tem dúvidas: "Vila do Conde é a melhor para vendas".
Mais à frente, no stand da Marinha Grande, Vítor Palhinha também não se pode queixar. "Está a correr bem. Tendo em conta a conjuntura, não podemos estar a exigir mais", resume o artesão, que ruma anualmente a Vila do Conde há 32 anos. Na banca há peças de todos os tamanhos e feitios, placas com o nome, flores, animais, bonecos. Tudo feito em vidro, aquecido e moldado num velhinho bico a gás, ali, numa banca que, habitualmente, faz as delícias de miúdos e graúdos.
Da olaria aos bordados, passando pelas peças em madeira ou vidro, até aos couros e à tapeçaria, o objetivo é sempre o mesmo: ter diversidade e mostrar o que de melhor se faz em Portugal. Este ano, a FNA é dedicada aos jovens, associando-se, assim, ao Ano Europeu da Juventude e à candidatura de Vila do Conde a Capital Europeia da Juventude 2026. Ao centro, há um recinto dedicado aos mais novos que une artesãos de Espanha, França, Bélgica, Geórgia, Malta, Itália, República Checa e Ucrânia.
Ao artesanato junta-se a gastronomia - o restaurante dedica dois dias a cada região do país - e os doces tradicionais. À noite, há folclore. A feira é organizada pela Associação para Defesa do Artesanato e Património de Vila do Conde em parceria com a Câmara. A entrada é livre.