Evento decorre, pela primeira vez, em toda a vila. Fábrica é o principal ponto de atração. Loucos anos 20 é o mote desta edição que acontece neste fim de semana e no próximo.
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Residentes em Lisboa, André Magrinho e Luciana Martins voltaram, pela segunda vez, ao Festival Internacional do Chocolate de Óbidos, (que decorre este fim de semana e no próximo) atraídos pelo principal ingrediente do evento e pelo "ecossistema" da vila. "Óbidos tem um ambiente cultural, de artes e ofícios", explica André, enquanto uns metros mais à frente três atores protagonizam um espetáculo de rua.
No meio da multidão, Emanuel destaca-se pelos bigodes de chocolate. Aos ombros da mãe, a criança viajou com os pais, Cátia Nunes e Hélder Gomes, o irmão Diego e a prima Ema, desde Oliveira de Azeméis. "Este ano, está muito bom e muito diversificado", observa a mãe. Apesar de ter dificuldade em identificar do que mais gostou, diz que vale sempre a pena fazer os cerca de 500 quilómetros.
De tudo o que viu, Ema gostou mais da fábrica de chocolate, onde o "chefe" Jaime se certifica que os operários não dormem enquanto trabalham. Após o momento de humor proporcionado por três atores de Chaves, logo ao lado, os alunos do curso de cozinha e de pastelaria da Escola Josefa D" Óbidos transformam o chocolate em tabletes, oferecidas aos visitantes, com fruta desidratada, pedaços de chocolate e granulado colorido.
Maria de Jesus, Jorge e a filha Madalena Carvalho deliciam-se com a iguaria, que os fez esquecer a meia hora de espera na fila. Residentes em Mafra, foram pela primeira vez ao Festival de Chocolate de Óbidos. "Esta foi a parte melhor, mas também gostei muito do showcooking", afirma Madalena.
Receitas e fabrico
Além de terem oportunidade de aprender receitas inovadoras com chocolate, os visitantes podem ainda assistir ao processo de fabrico, no espaço Da Fava ao Chocolate, sob o comando de António Melgão. Na tenda, à entrada da Porta da Vila, está a ser finalizada uma escultura em chocolate do ator Charlie Chaplin. "Faltam as mãos, os detalhes das calças e acabar o rosto", refere Tiago Ferreira, chocolateiro.
Já finalizadas estão sete esculturas alusivas os loucos anos 20, no Óbidos Chocolate House. A mais trabalhosa foi um Ford, construído com 398 quilogramas de chocolate pelo chef brasileiro Abner Ivan, ao longo de 449 horas de trabalho. Quando o evento terminar, vão integrar o espólio do Museu do Chocolate, em Barcelona. Se se deteriorarem pelo caminho, serão derretidas e aproveitadas para a próxima edição do festival.