Um leilão da Direção-Geral de Tesouro e Finanças (DGTF) realizado esta sexta-feira em Paredes de Coura, resultou na venda de oito imóveis por cerca de 1,6 milhões de euros.
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Segundo Vitor Paulo Pereira, presidente da Câmara de Paredes de Coura, onde se realizou a hasta pública, foi vendido o edifício do antigo hospital psiquiátrico local, desativado desde 2002, pelo valor de 582.490 euros.
Da região do Alto Minho foram alienados ainda outros dois imóveis. Uma casa de guarda fiscal em Melgaço, cujo valor base de licitação "era de 29 mil euros e acabou por ser vendido por perto de 90 mil", e o Solar dos Quesados, edifício da antiga Junta Autónoma de Estradas de Viana do Castelo, adquirido pela Fundação Caixa Agrícola do Noroeste, por 690 mil euros.
No total, a DGTF levou a hasta pública em Paredes de Coura, doze imóveis dos distritos de Braga, Bragança e Viana do Castelo. Quatro deles não foram vendidos. "O leilão teve uma afluência acima das expectativas. No nosso salão nobre cabem 80 pessoas e estava completamente cheio. A DGTF nunca tinha feito um leilão fora de Lisboa e isso suscitou muito interesse", comentou o autarca Vítor Paulo Pereira.
O edifício do antigo hospital psiquiátrico de Paredes de Coura, que esteve ao abandono durante cerca de 17 anos, foi adquirido, ao que o "Jornal de Notícias" apurou, por um consórcio de empresas dos concelhos de Paredes de Coura e Viana do Castelo, nas áreas da construção civil, consultadoria e turismo. O objetivo será desenvolver ali um projeto na área turística. Para Vitor Paulo Pereira, a alienação daquele património "foi o fim de uma odisseia". Recorde-se que, além de ter estado ao abandono durante quase duas décadas, o edifício foi alvo de um longo e complexo processo burocrático relacionado com a indefinição de propriedade.
Construído na primeira metade do século passado, aquele imóvel foi inicialmente utilizado como sanatório, tendo depois passado a hospital psiquiátrico sob a alçada do hospital de Santa Luzia de Viana do Castelo, hoje Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM).
A unidade foi abandonada com processos de doentes e outra documentação no seu interior. Em 2002, foi encontrado naquelas instalações um extenso arquivo documental referente ao antigo hospital, desde centenas de registos do dia-a-dia da instituição e alegados processos clínicos completos dos doentes. Mobiliário, registos de serviço telefónico, contactos de antigos funcionários, administradores, de doentes e seus familiares, atas de reuniões, diários de enfermagem, encontravam-se espalhados à vista de quem visitasse o edifício.