António de Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto, mostrou-se "orgulhoso" pela classificação histórica verificada no último QS World University Ranking (QSWUR). No entanto, avisa que, se não houver financiamento, a manutenção nas 250 melhores universidades do Mundo pode tornar-se complicada.
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A Universidade do Porto conseguiu um impressionante 237.º lugar no ranking deste ano, o que significa uma subida de 41 lugares desde a última vez que esta avaliação teve lugar. António de Sousa Pereira assume que é uma" notícia importante, que representa o trabalho desenvolvido".
"Agora que o meu mandato está perto do fim, é um orgulho deixar a universidade neste ponto de prestígio internacional que nunca teve. Mas não é só um ato de boa gestão, uma vez que reflete o empenho de toda a academia", salientou, acrescentando que é "muito bom para o Porto e para a região Norte".
Embora seja resultado de muitos fatores, esta subida tem dois pontos que representaram um impacto forte. "Mudámos o profissionalismo na forma como a universidade encara as suas funções e também está relacionado com a forma como os empregadores percecionam a qualidade dos nossos alunos", explicou o reitor.
Os indicadores que mais contribuíram para a subida da Universidade do Porto no ranking QS são três: "Rede Internacional de Investigação" (94.ª posição), "Citações por Docente/Investigador" (185.º) e "Reputação Académica" (212.º). Esta classificação avaliou 1501 universidades em 106 países, incluindo nove em Portugal, sendo liderada pelo norte-americano MIT (Massachusetts Institute of Technology).
Financiamento necessário
Os resultados históricos não significam que está tudo bem. António de Sousa Pereira defende que, se não houver financiamento à altura, esta 237.ª posição poderá não se aguentar durante muito tempo.
"Comparativamente às restantes universidades que integram o top 250, o nosso orçamento é anémico. É necessário haver um investimento estruturado para que as pessoas queiram integrar a nossa universidade, de modo a continuarmos a crescer", garante, admitindo mesmo que a Universidade do Porto não cresceu em certos elementos devido a "falta de financiamento".
Um dos casos que espelha esta realidade é o item designado por "Proporção Alunos/Docentes", no qual a U. Porto figura no 801.º lugar.
"O subfinanciamento a que as universidades públicas portuguesas estão sujeitas há anos, nomeadamente no investimento em ciência, prejudicam, não só a Universidade do Porto, mas todas as instituições do país na comparação internacional. Além disso, a contratação de catedráticos no mercado internacional enfrenta outro tipo de dificuldades, como o facto de os salários pagos pelas universidades e pelos centros de investigação no nosso país não serem competitivos para atrair cientistas e investigadores com carreiras bem sucedidas", alertou o reitor.
Quanto à comparação com a Universidade de Lisboa, que conseguiu um espantoso 230.º posto, subindo 30 posições, António de Sousa Pereira acredita que "a competição saudável que nos permite estar a apenas sete lugares é positiva para o país".