<p>As florestas do Alto Minho estão a ser certificadas para que os seus proprietários possam vir a negociar contratos de exploração de sumidouros de carbono. Dentro em breve, quem não tiver certificado, não pode vender árvores.</p>
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A Associação Florestal do Lima (AFL), sediada em Ponte de Lima, está a levar a cabo, durante este mês, juntamente com outras colectividades do sector, um processo de certificação das florestas do Alto Minho, que, de futuro, permitirá aos proprietários negociarem contratos de exploração de sumidouros de carbono.
Cerca de 1500 produtores estão já agregados à iniciativa, totalizando, aproximadamente, 35 mil hectares de floresta, prevendo a Associação Florestal do Lima que essa área e o número de interessados possam aumentar.
A certificação do espaço florestal alto-minhoto deverá, segundo o representante da associação, Viana da Rocha, demorar até um ano e meio a concretizar--se, por se tratar de "um processo muito burocrático" com "muitas exigências".
"Para já, estamos a falar de 35 mil hectares e de cerca de 1500 proprietários, mas é um processo em constante evolução, pelo que pensamos que haverá muitos mais hectares e proprietários a integrar a comunidade para o bem da região", declarou aquele responsável, explicando que, depois de concluído o processo, "os proprietários florestais terão, em certa medida, uma melhor rentabilidade das propriedades e do material lenhoso, porque a Comunidade Europeia comprará só árvores certificadas.
"Dessa cerificação resultarão, posteriormente, as condições para que passe a haver sumidouros de carbono", diz.
Relativamente àquele mercado, Viana da Rocha garante já existirem "contactos" para a futura realização de contratos para sumidouros de CO2 com empresas nacionais e da Alemanha.
"Isto é e será um negócio para os proprietários que agora mantêm as florestas e não são ressarcidos do seu trabalho. É uma forma de poderem ter rentabilidade", conclui aquele responsável.
A Associação Florestal do Lima abrange os concelhos de Arcos de Valdevez, Ponte da Barca, Ponte de Lima e Viana do Castelo, representando cerca de 57% (126,867 hectares) da área do distrito de Viana do Castelo.