O delegado de Saúde do Alto Minho, Luís Delgado, informou, esta quarta-feira, que há oito casos de legionela confirmados no concelho de Caminha. O foco estará em Vila Praia de Âncora. Idosos são aconselhados a ficar em casa.
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Há oito casos de legionela confirmados no concelho de Caminha, disse o delegado de Saúde do Alto Minho, Luís Delgado, esta quarta-feira. A investigação ambiental decorre com foco em Vila Praia de Âncora, acrescentou, onde foi identificada a maioria dos infetados pela bactéria e que são residentes na mesma zona.
Admitiu que ainda podem surgir novos casos, tendo em conta que o período de incubação da bactéria é de dez dias e o primeiro caso surgiu na sexta-feira, dia 10 de novembro. Luís Delgado adiantou que já foi feito um levantamento de equipamentos suspeitos do foco de contaminação e que agora vão ser feitas análises. Descartou que a contaminação possa ter tido origem na piscina municipal de Vila Praia de Âncora e assegurou que “não há razões para alarme”, nem para encerramento, por enquanto, de equipamentos públicos. Recomendou, contudo, que pessoas mais velhas e vulneráveis mantenham algum recato em casa por precaução.
“A vigilância ambiental é em Vila Praia de Âncora, ponto final”, apontou, explicando que os casos identificados até ao momento noutras freguesias, Moledo e Vilarelho, “podem ser pessoas que vão a Vila Praia de Âncora e que fizeram uma suscetibilidade”.
“A piscina municipal [da freguesia] não é suspeita de facto. Os equipamentos estão bem e, portanto, não é das nossas prioridades”, explicou.
Em conferência de imprensa conjunta com o autarca de Caminha, Rui Lages, o Delegado de Saúde do Alto Minho informou que oficialmente foram notificados, até esta quarta-feira de manhã, cinco casos na freguesia de Vila Praia de Ancora, dois em Moledo e um em Vilarelho. São pessoas com idades entre 54 e 97 anos.
No terreno, continuam 10 técnicos, médico de saúde pública, engenheiro sanitário e técnicos ambientais, a fazer recolha de material para análise no Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
“Hoje provavelmente vai para o INSA do Porto, não sei se tem que ir para Lisboa, portanto temos aqui um tempo de espera”, referiu Luís Delgado. “Com certeza há de se descobrir [a origem]. Precisamos é de tempo”.
Informou que a doença do Legionário tem sintomas semelhantes ao da gripe. “Febre, cefaleias, dores musculares, mialgia, dispneia e quem tiver esses sintomas tem de ir ao seu médico, contactar o SN24, e se necessário à urgência”, recomendou.
O presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, apelou à "serenidade" da população e para que evite “especulação” e procure informação junto de fontes oficiais, como aquela autarquia. “Estamos plenamente articulados com a Unidade Local de Saúde do Alto Minho na divulgação do evoluir desta situação”, disse.
A Águas do Alto Minho, que gere o sistema público de abastecimento em baixa nas freguesias do concelho de Caminha com casos de legionela (Vila Praia de Âncora, Moledo e Vilarelho), garantiu, esta tarde, que a água da rede "é segura".