Algumas casas estão ameaçadas pelo fogo em Rio Mau, no concelho de Penafiel. Na freguesia ao lado, Melres, Gondomar, o drama foi o mesmo durante a manhã, mas os bombeiros esperam controlá-lo até ao fim do dia.
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O fogo que arde à vista de todos desde a manhã de terça-feira, numa zona entre os concelhos de Penafiel e Gondomar, ameaça casas em Rio Mau. Durante a manhã, as chamas cercaram uma dezena de casas na zona de Além Ribeiro, uma área elevada, sobranceira ao rio Mau, junto ao monte, onde vivem entre 10 a 15 famílias. A GNR esteve no local para retirar os moradores, que ser recusaram a sair por não terem bombeiros para proteger as propriedades.
Ao fim da tarde, apurou o JN, não houve danos de maior nas habitações que estiveram ameaçadas. As chamas foram controladas pelos proprietários com a ajuda de amigos e familiares. "Não se viu uma alma de um bombeiro", lamentou um dos moradores.
Durante a tarde, o fogo progrediu em direção a leste, rodeando a aldeia e ameaçando primeiro o aterro sanitário, nas imediações do qual se concentravam os bombeiros, e depois as aldeias vizinhas de Sebolido e Canelas, que partilha espaço na serra da Boneca. As imagens, mostram que está um farrapo de carvão, chamas e fumo.
Ao fim da tarde, segundo a Proteção Civil, havia reforço de meios, com 242 bombeiros, 66 viaturas e quatro meios aéreos a combater o fogo, que teve início na manhã de terça-feira na freguesia penafidelense de Capela e progrediu inicialmente para Melres, no concelho de Gondomar. No entanto, em Rio Mau a população queixava-se da ausência dos bombeiros, que não foram vistos no local durante todo o dia.
Ao fim da tarde, as chamas, tendo progredido pelo sopé da serra, rodeando a aldeia de fumo e fogo, chegarem a uma zona mais a leste, onde além de habitações estão também em risco também algumas fábricas de material apícola, a principal atividade económica daquela freguesia. Populares, com mangueiras de água e ramos de árvores controlavam as chamas e lamentavam a ausência de bombeiros. Um cenário que se repetia em Sebolido e Canelas.
Foto: Carlos Carneiro
O incêndio que está a assolar a zona de Melres, em Gondomar, desde quarta-feira, ameaçou várias casas durante a manhã de hoje. O fogo alastrou-se da zona de Moreira para Vilarinho, onde os meios de socorro continuam a combater as chamas, tendo como foco proteger as habitações. No local estiveram também dois aviões Canadair a ajudar no combate.
Cerca das 15 horas, estavam mobilizados 215 operacionais e 65 veículos.O comandante dos bombeiros de Melres, Joel Castro, não tem ainda registo da extensão ardida, mas espera poder dar o fogo por controlado até ao fim do dia. O presidente da Câmara de Gondomar afirmou que não tem conhecimento do registo de prejuízos.
Foto: Carlos Carneiro
No concelho de Penafiel, a freguesia de Capela foi fortemente atingida por um incêndio durante o dia de terça-feira, que foi controlado ao final do dia. O reacendimento empurrou o fogo para Rio Mau, que esteve controlado durante a manhã, mas ativo, "numa zona de vales encaixados de difícil acesso", tendo chegado até à Serra da Boneca. Neste local, as chamas estão a aproximar-se de habitações, mas segundo fonte da Câmara Municipal de Penafiel, no local estão meios suficientes para combater as chamas, caso estas se aproximem das moradias.
Por volta das 14 horas, Rio Mau, aldeia com cerca de 1500 habitantes, estava parcialmente cercado de fumo, com as chamas a descerem a serra, por onde pastaram nos últimos dias, e a aproximarem-se de áreas habitadas. Acrescendo a Além Ribeiro, a zona da Estivada também está sob ameaça, assim como Vilarinho, na fronteira interior com Melres.
Foto: Carlos Carneiro
A população, que viu os meios aéreos a abastecerem-se de água no rio Douro durante os últimos dias, queixa-se, esta quinta-feira, da ausência dos mesmos no combate às chamas. Segundo dados da Proteção Civil, às 14 horas, o fogo estava a ser combatido por 195 operacionais e 56 viaturas, mas nenhum meio aéreo. Menos de uma hora depois, dois meios aéreos entraram em atividade, de acordo com dados oficiais. De acordo com o site da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), às 15 horas encontravam-se mobilizados para este incêndio 199 operacionais, apoiados por 56 viaturas e dois meios aéreos.
Foto: Carlos Carneiro