
Fogo deflagrou em Aljezur e avançou para Lagos
Foto: Rui da Cruz/Arquivo
O incêndio que deflagrou no domingo, em Aljezur, no Algarve, e passou para o concelho vizinho de Lagos, mantém uma frente ativa e o vento está a causar reativações. Os bombeiros terão uma noite de "muito trabalho".
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O segundo-comandante regional da Proteção Civil do Algarve, Abel Gomes, fez um ponto de situação do fogo, pelas 15.30 horas, e afirmou que, durante a tarde, o aumento da intensidade do vento causou várias reativações com potencial para alastrar, mas a pronta resposta das equipas de combate tem permitido manter o fogo com uma frente ativa e "sem aumentar muito o perímetro" afetado.
"Este é um incêndio em que, tal como tínhamos previsto, no período da tarde podíamos ter situações complicadas, como se estão a verificar. Por ação do vento moderado a forte estão a ocorrer várias reativações em todo o perímetro do incêndio, todas elas com elevado potencial de desenvolvimento", disse o segundo-comandante regional do Algarve, em Alfambras, no concelho de Aljezur, no distrito de Faro.
Noite de "muito trabalho"
"O incêndio ainda tem uma frente ativa, que tem uma área muito grande - todo o perímetro do incêndio é ampla - e há pontos quentes que merecem atenção. Houve várias reativações ao longo da tarde em todo o perímetro, que obrigaram a fazer um balanceamento de meios e uma resposta imediata do dispositivo", afirmou à agência Lusa fonte do Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve.
Depois de durante o dia terem contado com o apoio de nove meios aéreos, ao final da tarde o dispositivo de combate estava a "fazer um reposicionamento de meios" e a abrir acessos com máquinas de rasto para procurar aproveitar, durante a noite, as condições meteorológicas mais favoráveis.
"Esperamos que o vento comece na diminuir e a humidade a aumentar e está agora a ser redefinida a estratégia para fazer o combate durante a noite", adiantou.
Ainda segundo a fonte, não houve mais feridos a registar, além dos nove ligeiros reportados no "briefing" realizado pela Proteção Civil durante a manhã.
O incêndio também não afetou mais casas, além de uma segunda habitação que foi atingida e previamente contabilizada, no concelho de Aljezur, apesar das projeções a grande distância que se verificaram durante a tarde e que obrigaram o dispositivo a adaptar-se para evitar que as chamas progredissem ainda mais, destacou a fonte da Proteção Civil.
"O vento tem sido o grande obstáculo, porque está muito forte e provoca projeções a grande distância", reconheceu.
De acordo com a fonte da Proteção Civil, está "previsto um desagravamento" da intensidade do vento "uma humidade crescente" durante a noite e as equipas de combate querem aproveitar esta "janela de oportunidade" para controlar o fogo o mais rapidamente possível.
"Há zonas em que o acesso é difícil e é preciso abrir caminhos com as máquinas para os meios depois fazerem o combate direto", disse, antecipando uma "noite de muito trabalho" para os bombeiros.
A área afetada é composta por mato, mas há também zonas de pinhal, de eucaliptal e sobreiros, caracterizou previamente o segundo comandante da Proteção Civil do Algarve, Abel Gomes, frisando que a zona de mato foi mais atingida na parte inicial do incêndio.
