A noite não deu descanso aos moradores de várias localidades do distrito de Aveiro. "Foi um inferno", descreveu, ao JN, António Frutuoso, morador em Fial, no concelho de Albergaria-a-Velha, um dos muitos que passou a noite e a manhã desta terça-feira a apagar reacendimentos e novos focos de incêndio.
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"A noite foi péssima, sem dormir. Por volta das 3.30 horas, o meu vizinho chamou-me porque andava tudo a arder à volta das casas. As fagulhas a caírem em cima do milho é polvora" e "estava muito vento", o que dificulta ainda mais o combate, acrescentou.
Os moradores acudiram como puderam, com cisternas, mangueiras, tratores... Usaram baldes de água e mangueiras para molhar o telhado e as casas.
"Vi a minha casa em perigo uma carrada de vezes e ainda não estou descansada. Ardeu nas traseiras. Foi um susto para a vida", desabafou Fernanda Oliveira, outra moradora do lugar. "Usámos água da companhia... Que venham 100, 200, 300 euros para pagar, queríamos era salvar a casa" , desabafou.
As chamas que fustigam o concelho de Albergaria-a-Vellha destruíram várias casas nesta segunda-feira. No stand DL Car, junto ao IC2, arderam, também, uma dezena de viaturas e uma moto. "Cheguei pelas 8.20 horas e estava arder o segundo carro e o escritório, onde estão as chaves das viaturas. Queria ir buscá-las para mudar os carros, mas já não consegui", contou a filha do proprietário. O prejuízo ronda os "150 a 200 mil euros", lamentou o pai. Nas imediações, lamentam, arderam também algumas casas.
No concelho vizinho, em Águeda, o avanço das chamas obrigou a evacuar o lar da Senhora da Esperança, em A-dos-Ferreiros, assim como as casas colaborativas (ocupadas por idosos mais autónomos), situadas nas traseiras da IPSS Os Pioneiros.