Investimento no Estádio das Laranjeiras, em Paredes, visa atrair pessoas e gerar dinâmica económica na cidade. Câmara vendeu-o por 8,5 milhões e readquiriu-o por 1,8 milhões.
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Esteve para ser demolido e dar lugar a um centro comercial, mas, e após um longo período, o antigo Estádio das Laranjeiras, agora completamente renovado, está prestes a ser devolvido a Paredes, com o objetivo de dar uma nova centralidade à cidade e de contribuir para a sua dinâmica económica.
"Paredes perdeu muito por não ter um estádio no centro da cidade", acredita o presidente da Câmara, Alexandre Almeida. Com a transferência dos jogos para a Cidade Desportiva, construída fora do perímetro urbano, houve quase "um divórcio" do clube, o União de Paredes, com a cidade.
A meta é que os treinos de todas as camadas se mantenham nesse espaço, mas que os jogos principais regressem ao Estádio Municipal das Laranjeiras, já a partir de 13 de dezembro, data do aniversário do clube e dia previsto para a inauguração.
Para o renovado campo, a Autarquia também pretende levar jogos internacionais e de seleções, gerando movimento de pessoas e retorno económico.
8,5 milhões
O Complexo Desportivo das Laranjeiras foi vendido pela Câmara de Paredes, em 2008, por 8,5 milhões de euros, a uma empresa que aí pretendia construir um centro comercial, mas a obra não chegou a avançar. No início de 2017, o anterior executivo tentou readquirir o espaço em hasta pública, por 1,6 milhões, no seguimento de um processo de insolvência da empresa, mas o Tribunal de Contas vetou o negócio. O atual executivo conseguiu, em 2019, com um processo expropriativo, pelos mesmos 1,6 milhões, que o estádio, o pavilhão e uns terrenos adjacentes voltassem a ser do Município.
Depois disso, o pavilhão já foi requalificado e reconvertido em multiusos. Faltava agora devolver à cidade o Estádio das Laranjeiras. A obra, de cerca de dois milhões de euros, está praticamente concluída. O autarca está em contactos com a Federação Portuguesa de Futebol para que ali possam acontecer, já em 2023, jogos de seleções, além dos do Paredes. "Um jogo à tarde vai fazer as pessoas virem almoçar, virem ao comércio. Toda a cidade vai ganhar com o estádio aqui", atesta Alexandre Almeida.
O autarca não é o único com essa convicção. José Oliveira, que tem um café e snack bar junto aos equipamentos desportivos há 25 anos, viu como o movimento caiu com eles fechados. "O campo de futebol traz sempre mais gente. Desde que reabriu o pavilhão já há um acréscimo de clientes. Os campeonatos internacionais de várias modalidades que têm ali acontecido geram dinâmica", afirma.
sem mais espaço
Fernando Valente, treinador, ex-jogador do Paredes e antigo dirigente do clube, confirma que a transição para a Cidade Desportiva quebrou a ligação das pessoas ao União. Mas, lembra, o clube já não tinha espaço para crescer só no antigo Estádio das Laranjeiras. "Com a Cidade Desportiva o Paredes ficou com uma estrutura de treino e, agora, ganha um novo estádio na cidade. É importante recuperar este polo de atração que vai dar outra vitalidade à cidade", defende.
A reter
Memória
Há uma nova bancada, balneários, ginásio e salas de fisioterapia e de imprensa, um bar exterior e um espaço onde se pode instalar um restaurante. Do antigo estádio ficou uma "bancada de pedra para perpetuar a memória".
Expansão
O estádio terá 2000 lugares sentados, mas pode ser expandido caso o clube alcance outros patamares. De futuro, pode nascer uma nova bancada, subindo a lotação para 5000 lugares sentados e cobertos.
Dinâmica
Na cidade há novos equipamentos, como o auditório e o centro de congressos.