Fórum Cidadania Lisboa culpa "falta de manutenção" na calçada pelos perigos para peões
O Fórum Cidadania LX culpou, esta quinta-feira, a "má colocação" e a "falta de manutenção" da calçada pelos perigos para os peões, que justificam uma proposta da Câmara de Lisboa para a redução deste material nos passeios da cidade.
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Durante a campanha eleitoral, o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, propôs a implementação do Plano de Acessibilidade Pedonal, que prevê a redução da calçada portuguesa em zonas que não são turísticas para a "criação de percursos" acessíveis em zonas íngremes, mas também nas proximidades de comércio ou de centros de saúde.
O objetivo apresentado é o de "remover barreiras" para "trazer a liberdade" a idosos, mas também a pessoas com mobilidade reduzida ou invisuais, "de andar a pé pela cidade".
Depois de a proposta ter sido contestada pela Associação de Defesa do Património de Lisboa, é agora a vez do movimento Fórum Cidadania Lx (Lisboa) a apelar à manutenção da calçada portuguesa na cidade.
Numa petição online dirigida, esta quinta-feira, ao autarca socialista, e que ao final da tarde contava com cerca de 60 assinaturas, o movimento recorda que "há décadas que se assiste à má colocação e pior manutenção da calçada portuguesa", seja pela colocação por outros trabalhadores que não calceteiros, pela qualidade dos materiais ou mesmo pelo "estacionamento automóvel nos passeios", fatores que, admite, resultam em "calçada esburacada, escorregadia e perigosa para o peão".
A substituição da calçada por pedra lioz, como aconteceu no miradouro de Santa Catarina e na Rua da Vitória, em plena Baixa pombalina, é uma solução que o Fórum considera ser "ilógica" e que não resolve o problema.
Para o movimento, a autarquia devia optar por "corrigir as más práticas" do estacionamento abusivo à falta de qualificação na colocação da calçada portuguesa na cidade.
Nesse sentido, e na petição, que pode ser consultada no website www.gopetition.com, o Fórum Cidadania Lx solicita ao presidente da câmara que "proíba a colocação de pedras que não de calçada portuguesa no espaço público" e que regulamente as obras de infraestruturas, "obrigando ao recurso de calceteiros credenciados para o efeito".
A dignificação da profissão de calceteiro, a criação de unidades de intervenção imediata de calcetamento e a elaboração de um caderno de encargos públicos na alteração dos passeios são outras das propostas dos signatários da petição.
O movimento considera ainda que a calçada portuguesa é um 'ex-líbris' de Lisboa, um fator identitário "aquém e além-fronteiras", e um "elemento central" da beleza e da luminosidade da cidade.
É ainda, acrescentam, "ambientalmente sustentável", já que regula a temperatura e aumenta a permeabilidade do solo na cidade, fazendo dela uma "vantagem competitiva" e um "elemento valorizador" do espaço público.