"Se analisarmos bem, neste quadro comunitário de apoio, Braga até foi prejudicada", disse, este sábado, ao JN Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, presente no evento "O Parlamento Europeu à sua porta", que termina este domingo.
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Desde sexta-feira que eurodeputados, autarcas, líderes associativos, docentes e população conversam sobre o funcionamento do Parlamento Europeu e, sobretudo, sobre a forma como os fundos comunitários estão a mudar a região.
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Ricardo Rio reconhece que são muitos os apoios que chegam da Europa, mas, "tendo em conta que Braga tem uma das maiores taxas de projetos executados, deveria ser mais favorecida".
Entre as grandes obras, a reabilitação total do Altice Fórum Braga e do Mercado Municipal que, juntos, somam 16 milhões de euros de investimento, são as mais visíveis. "Transformaram a dinâmica económica da cidade", afirmou o autarca. O fórum é o espaço por excelência para concertos e espetáculos. Foi também o maior centro de vacinação covid-19 do Norte.
António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCRN-Norte), nem imagina o Norte do país e Braga sem os apoios do programa 2020 e dos restantes fundos comunitários.
Desde a qualidade da água, às ciclovias, os passadiços, a renovação da rede escolar, intervenções em IPSS, centros de saúde, tudo seria pior
"Desde a qualidade da água, às ciclovias, os passadiços, a renovação da rede escolar, intervenções em IPSS, centros de saúde, projetos em Pequenas e Médias Empresas e acontecimentos em universidades, tudo seria diferente" para pior.
Com um fundo de 3,4 mil milhões de euros destinados a pequenos e grandes projetos no concelho de Braga, António Cunha destaca a já terminada remodelação do Mercado Municipal e restauro do Convento de S. Francisco (ainda no início), que está completamente degradado e é uma das obras mais desejadas na área cultural. Com um custo de 2 milhões de euros, o Norte 2020 comparticipa com metade da verba.
Piscar o olho a 2030
Com o Norte 2020 a terminar, autarcas e presidente da CCRN-Norte já estão com os olhos postos no 2030. A data de entrega de candidaturas terminou ontem e a linha de investimento será, predominantemente, nas áreas do ambiente e da sustentabilidade.
"A reconstrução de escolas, por exemplo, obrigará a que cada edifício tenha uma redução de, pelo menos 30%, no consumo energético", referiu António Cunha. A construção de uma nova escola também terá regras diferentes. "Deverá gerar 20% de energia para a comunidade através de energias renováveis", concluiu.