Frente a frente: PS quer continuar a mudança, mas PSD/CDS fala em "péssima gestão"
Saneamento será a prioridade de Alexandre Almeida em Paredes. Ricardo Sousa deseja apostar na atração de emprego.
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Há quatro anos, Alexandre Almeida venceu as eleições para a Câmara de Paredes, pelo Partido Socialista, interrompendo um ciclo de 24 anos de governação social-democrata no concelho. Ganhou com 50,35% dos votos contra os 36,18% do PSD.
Nestas autárquicas, pela primeira vez no concelho, o PSD e o CDS-PP uniram-se em coligação e apresentam como candidato Ricardo Sousa, muito crítico quanto às políticas socialistas, para tentar recuperar o município.
Também já se assumiram como candidatos à câmara João Pedro Ferreira pelo Bloco de Esquerda, Álvaro Pinto pela CDU (repetindo a candidatura de 2017), e Manuel Pinho que concorre como independente pelo Movimento Juntos por Paredes (com o apoio do Aliança e Nós Cidadãos).
Alexandre Almeida recandidata-se para "continuar" a mudança iniciada. Dos problemas resolvidos este mandato, destaca três: a recompra do Complexo Desportivo das Laranjeiras e a sua requalificação num pavilhão multiusos e num novo estádio municipal; o resgate da concessão de água e saneamento, que vai permitir a criação de serviços municipalizados em 2022 e que se avance com "importantes e necessários investimentos" em saneamento; e a redução do Imposto Municipal sobre Imóveis para a taxa mínima.
Entre os investimentos prioritários, caso seja reeleito, aponta o saneamento, a requalificação de estradas, a construção de novas habitações sociais e de habitações a custos controlados, o alargamento das zonas industriais para fixar mais empresas, a construção de parques urbanos em todas as freguesias e a aposta no turismo (com trilhos e passadiços) no Sul do concelho.
"O próximo mandato será para dar continuidade aos projetos que estão em curso". Quanto aos opositores, diz que não se veem "ideias concretas e exequíveis" mas sim uma pré-campanha "com muita desinformação e desonestidade". " Espero que daqui até as eleições invertam essa forma de agir e se possam debater os reais problemas do concelho", apela.
À procura de destronar o PS, Ricardo Sousa define como principais prioridades "garantir a recuperação da economia, promovendo medidas de atração de investimento que permitam a criação de emprego e a fixação de jovens" e ainda a aposta em medidas de apoio à natalidade, de criação de habitação a custos controlados e de apoio aos mais desfavorecidos. O candidato do PSD/CDS-PP aponta baterias ao atual presidente da Câmara que tem "uma péssima gestão", "nada fez em quatro anos" e está a "hipotecar o futuro do concelho". Alega também que a população sairá a perder com o processo de resgate da concessão de água e saneamento em curso, com a empresa a pedir uma indemnização "de 130 milhões de euros".
É também crítico quanto à instalação de uma unidade de valorização de resíduos orgânicos na zona industrial de Parada/Baltar. "É um investimento de 18 milhões de euros para uma fábrica de tratamento do "lixo". Porque é que os outros concelhos o "ofereceram" a Paredes?", questiona. Ricardo Sousa afirma ainda que o atual autarca, que se queixou dos 50 milhões de dívida herdados, "vai acabar o mandato com 65 milhões de dívida, 130 milhões de passivo e praticamente sem obra", a cobrar "impostos municipais como nunca".
Alexandre Almeida
Idade: 47 anos
Profissão: Revisor oficial de contas
Residência: Rebordosa, Paredes
Família: Casado, tem dois filhos
Foi presidente do PS Paredes. Assumiu funções de vereador da oposição durante dois mandatos antes de ser eleito presidente da Câmara.
Prioridades
- Alargamento da rede de saneamento a todo o concelho e requalificação de vias
- Construção de novas habituações sociais e a custos controlados
Ricardo Sousa
Idade: Não responde
Profissão: Empresário/gestor
Residência: Rebordosa, Paredes
Família: Divorciado, tem um filho
Militante do partido há mais de 25 anos, é, desde 2018, presidente da Comissão Política da Secção de Paredes do PSD.
Prioridades
- Recuperar a economia com atração de investimento e fixação de pessoas
- Apostar na habitação a custos controlados e no apoio aos mais desfavorecidos