Só será possível fumar em quatro áreas, às quais se soma uma no interior das instalações. Disponíveis programas de cessação tabagística para funcionários.
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A partir de hoje, já não é possível fumar em qualquer zona exterior do Hospital de S. João, no Porto. Pelo recinto hospitalar, há agora apenas cinco áreas onde acender o cigarro é permitido. Localizam-se junto às zonas de maior afluência de utentes, nomeadamente o centro de ambulatório, as urgências de adultos e de obstetrícia e o Atrium Hospitalidade. Para sensibilizar as pessoas para os malefícios do tabaco e alertar para a existência de programas de cessação tabágica, foi lançada a campanha "A caminho de um hospital sem fumo".
"Apesar dos esforços que têm sido feitos, basta chegar ao hospital para ver pessoas a fumar na porta principal. Por ser uma instituição de saúde e tratar pessoas doentes, o hospital também tem de ser formativo e tentar sensibilizar as pessoas para os riscos", destacou António Morais, pneumologista e adjunto da direção clínica do Hospital de S. João, notando que "o tabaco é um dos maiores fatores de risco de doença".
Fiscalização
De forma a garantir o cumprimento das novas normas, haverá fiscalização. De acordo com António Morais, será feita de uma forma "mais acutilante [pelos atuais seguranças] nas zonas em que constituem risco para o hospital". "Quando saiu a lei dos espaços interiores, não houve grandes altercações porque as pessoas perceberam a mensagem. E também percebem aqui. Isto é uma instituição de saúde e não faz sentido permitir que as pessoas fumem à vontade", referiu, avançando que o hospital vai fazer um levanmento do número de fumadores entre os seus trabalhadores, através de um inquérito online, voluntário e anónimo, e disponibilizar programas de cessação tabagística aos profissionais da casa que queiram aderir.
Citando os dados da Organização Mundial de Saúde, António Morais aponta o tabaco como o responsável pela morte de sete milhões de pessoas todos os anos. Dos óbitos, cerca de 12 mil ocorrem em Portugal. "O tabaco é um fator isolado de risco para mais de 50 doenças e muitas delas são conhecidas, como as cardiovasculares e respiratórias. É também responsável pela perda de 10 anos de esperança média de vida. A cada hora morre uma pessoa com uma doença relacionada com o tabaco", frisou o também professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.