<p>Vítimas da tragédia de Albergaria-a-Velha foram, ontem, a enterrar. Mãe e filho foram sepultados juntos, no cemitério de Salreu. O pai (e marido) foi a enterrar na freguesia da Branca. Famílias esqueceram a mágoa e estiveram presentes em ambos os funerais. </p>
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Foi debaixo de grande emoção e consternação que centenas de populares e amigos se despediram de Elisabeth Oliveira e do filho, Rafael Oliveira, mortos na passada sexta-feira, ao que tudo indica, pelo marido e pai, Daniel Oliveira, que também foi ontem a enterrar.
A igreja de Salreu foi pequena para acolher todos os que quiseram estar presentes e prestar apoio à família das duas vítimas. No exterior ouviam-se palavras de indignação e alguma revolta. Palavras de quem diz não entender o que se passou naquela fatídica noite. Palavras de quem conheceu Elisabeth e o filho. "Era uma mulher extraordinária", diziam. Mas também palavras de quem conheceu o marido, que se terá suicidado depois de matar a mulher e o filho. "Nunca ninguém pensou que ele fizesse tal coisa", acrescentavam os populares.
O padre que presidiu à missa de corpo presente de Elisabeth e do filho, Rafael, recordou uma conversa antiga com a vítima. "Nessa altura, ela dizia-me que tinha feito a opção do casamento e da família. E pediu que Deus a ajudasse", revelou.
Ainda durante as reflexões que fez, pois pediu para que não fosse interpretado como um sermão, o padre, também ele amigo de Elisabeth, mostrou-se "aliviado" pelo facto "de ter morrido sem ter visto o filho ser estrangulado", pois "esse será um sofrimento muito mais terrível que a própria morte. É uma dor desumana".
Duas horas depois do funeral de mãe e filho, foi a enterrar, na freguesia da Branca, Daniel Oliveira. Ambiente igualmente de pesar e tristeza e com o padre a pedir para que não fossem feitos julgamentos. "Ninguém sabe o que se passou naquela noite, por isso, não vale a pena falar do assunto. Só Deus pode julgar e, para fazer o que fez, ninguém sabe se estava na posse de todas as suas faculdades mentais".