<p>O futuro da empresa de lanifícios Beiralã, de Seia, ficou adiado para 26 de Novembro. A Assembleia de credores decidiu dar mais algum tempo para se analisar o plano de viabilidade apresentado pelo administrador da têxtil.</p>
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Ainda não foi desta que o futuro da Beiralã ficou decidido. Ontem, a Assembleia de Credores, reunida no Tribunal de Seia, optou pela suspensão da sessão por proposta do administrador da in solvência. As partes têm mais 30 dias para analisar o plano de viabilidade apresentado por Rui Cardoso, administrador da têxtil, tendo ficado marcada para 26 de Novembro a próxima reunião.
Até lá, António Correia alertou para a necessidade de serem introduzidas alterações. Uma delas é que o Fundo de Garantia Salarial assuma "a garantia de pagar 8100 euros a cada trabalhador, valor correspondente a 15 meses de sálário", disse. Outra, de que não abdicam os funcionários, é que a devedora pague em três meses o restante que lhes é devido em ordenados e subsídios (Rui Cardoso propõe liquidá-los em quatro anos).
Na assembleia de ontem, foi notória alguma intransigência, já que nenhum dos credores manifestou vontade em abdicar dos seus créditos e direitos. Nessas circunstâncias, o administrador da insolvência avisou os envolvidos que terá que "haver cedências de parte a parte para viabilizar a empresa". O plano de Rui Cardoso propõe a liquidação de créditos à Segurança Social e ao IAPMEI, cerca 40% dos 12 milhões devidos, e ainda aos trabalhadores. Os restantes credores nada recebem, excepto a empresa francesa Chargeurs Woll que requereu a insolvência da têxtil senense e terá direito a receber 25% do que lhe é devido.
A Beiralã fechou portas em Julho, quando o administrador judicial considerou não haver condições para pagar os vencimentos aos 90 trabalhadores que continuavam em funções.
A fábrica está insolvente desde 1 de Abril, tendo sido despedidos 120 trabalhadores com contratos suspensos desde Setembro de 2008, quando Rui Cardoso anunciou não ter condições para continuar a pagar os salários a todos os funcionários.