GNR e Proteção Civil não cometeram infrações no incêndio que matou 73 animais em Santo Tirso
Os militares da GNR e os agentes da Proteção Civil que atuavam no terreno quando um incêndio que lavrava na serra da Agrela, em Santo Tirso, a 18 de julho passado, atingiu dois abrigos de animais, matando 69 cães e quatro gatos, não cometeram infrações, concluiu o Ministério da Administração Interna (MAI).
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O inquérito então determinado pelo ministro da tutela, Eduardo Cabrita, à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAL), na sequência de falhas apontadas aos operacionais, constatou "não haver indícios da prática de qualquer infração disciplinar por parte dos guardas da GNR e dos agentes da Proteção Civil no incêndio na serra da Agrela", avançou o MAI ao JN.
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O governante "determinou também o envio do relatório final da IGAI às ministras da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, e da Agricultura, Maria do Céu Antunes, a fim de equacionarem a necessidade de identificação de eventuais responsabilidades do veterinário municipal no incêndio que atingiu dois canis". O documento será ainda enviado à Procuradora-Geral da República.
Recorde-se que os militares da GNR foram, na altura, acusados de impedir o auxílio aos animais. A Guarda esclareceu, então, que "as consequências trágicas do fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto de a Guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares", uma vez que "a essa hora já tinham sido salvos os animais que foi possível salvar".
Após o incêndio, a Câmara de Santo Tirso abriu um processo disciplinar ao veterinário municipal e suspendeu-o de funções, mas ainda não é conhecido o resultado das averiguações internas encetadas pela Autarquia.
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No início de agosto, o JN revelou que, entre a tarde e a noite do passado dia 18 de julho, após o incêndio ter deflagrado, o então veterinário municipal de Santo Tirso foi contactado ao longo de várias horas e por diversas entidades - inclusive pela GNR -, tendo sido informado do sucedido e da necessidade de proceder à avaliação médica dos sobreviventes.
Alegando que esses animais não necessitavam de cuidados urgentes, Jorge Salústio só iria ao local na manhã de domingo, mas sem conseguir retirar grande parte dos cães - seriam cerca de uma centena, excetuando os mortos. Durante a tarde desse dia, centenas de populares invadiram o abrigo Cantinho das Quatro Patas, removendo os animais de forma descontrolada.