O inquérito ao acidente na A 25, na segunda-feira, em Sever do Vouga, que originou cinco vitimas mortais e mais de sete dezenas de feridos, só estará concluído no inicio de 2011. AGNR tenta apurar a responsabilidade por um crime de homicídio por negligência.
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A GNR tem uma equipa do Núcleo de Investigação de Crimes de Acidentes, composta por oito elementos, dedicada exclusivamente ao inquérito do acidente da A 25, mas o número de pessoas a ouvir, entre condutores, ocupantes dos carros e vai fazer com que o inquérito, tutelado pelo Ministério Público, só “dentro de quatro a cinco meses” esteja concluído, de acordo com o capitão Vasco Dias, comandante em exercício do Destacamento de Trânsiro da GNR de Aveiro.
“É impossível fazer mais depressa, já que se tem que saber de onde são as pessoas, por exemplo”, asseverou, ao JN, o responsável pelo Destacamento de Trânsito da GNR de Aveiro, que adiantou que durante a semana que terminou os elementos da GNR que têm a seu cargo o desenvolvimento do inquérito limitaram-se apenas a recolhar a prova material – inspecção às viaturas sinistradas que ficaram parqueadas nas instalações de empresas de reboque. Grande parte das viaturas sinistradas já começou a ser libertada.
Tudo indica que as primeiras pessoas intervenientes no acidente possam, esta semana, começar a ser ouvidas pelos agentes do Núcleo de Investigação de Crimes de Acidentes.
A complexidade do processo de inquérito pode ser medida pelo facto de só três dias após o acidente a GNR ter tido a certeza do número de veículos envolvidos – um total de 53 (34, entre os quais quatro pesados, no sentido Aveiro-Viseu) e 19( incluindo um veículo pesado no sentido Viseu-Aveiro), quando a primeira estimativa apontava para 55 e uma segunda para 49 veículos.
Em princípio, está posta de parte uma reconstituição do acidente no local. “Nesta situação não é muito usual”, adiantou, ao JN, o capitão Vasco Dias.
Numa primeira análise, tudo aponta para que as condições metereológicas (chuva e nevoeiro) e excesso de velocidade tenham estado na origem do brutal acidente na A 25. “Mas poderão ter ocorrido outras causas, só o inquérito é que poderá esclarecer”, referiu o comandante.
O inquérito tem por objectivo reconstituir o acidente, pela audição de ocupantes dos veículos e outras testemunhas, saber as suas causas e apurar a responsabilidade criminal. “Trata-se de um crime de homicidio por negligência”, sublinhou.