Gondomar: PS tenta ganhar todas as juntas e PSD quer ser "surpresa" da noite eleitoral
Esta terça-feira, o candidato PS, Marco Martins, voltou às ruas de Fânzeres e S. Pedro da Cova, para apoiar a candidatura de Sofia Martins. Já Jorge Ascenção, do PSD, teve a companhia de Paulo Rangel no centro de S. Cosme.
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"Dia sim, dia não" o candidato socialista à Câmara de Gondomar, Marco Martins, tem feito campanha pelas ruas da União de Freguesias de Fânzeres e S. Pedro da Cova. Ou não fosse a única que escapa ao mapa das freguesias todo ele pintado de rosa.
Esta terça-feira, não foi exceção e depois de uma passagem pela feira de S. Pedro da Cova - "a única com gestão da Junta [comunista] que é preciso reorganizar para a tornar mais apelativa", disse o socialista - a caravana seguiu para Fânzeres.
Lado-a-lado com a candidata à União de Freguesias, Sofia Martins, Marco Martins foi fazendo o trabalho porta-a-porta. "Cada vez mais ouço que no domingo não vão votar pelo partido, mas pela pessoa", contou.
Num dia forte da campanha do PSD, que contou com a presença de Paulo Rangel pelas principais ruas de S. Cosme, Marco Martins reagiu com ironia: "Ele só veio cá em campanha interna do partido".
Questionado pelo JN, depois de um "minicomício" que aconteceu em frente à Câmara de Gondomar, já ao início desta noite, Paulo Rangel respondeu: "Marco Martins tem é de se ocupar com a Câmara, porque Gondomar está em perfeito declínio. Ele sabe que tenho aqui família e que venho cá todas semanas e, por isso, tenho tanta autoridade para falar como ele e sei que isso incomoda muito".
Paulo Rangel teceu rasgados elogios a Jorge Ascenção: "Um treinador sem igual que contagia as pessoas e isso é raro". Do mesmo modo que referiu que "para o PSD é um privilégio ter um candidato como ele".
Daí que o eurodeputado não tenha dúvidas em afirmar que "Gondomar será a grande surpresa da noite eleitoral".
Numa arruada que demorou cerca de duas horas, o candidato do PSD, Jorge Ascenção, contou ainda com a presença de Alberto Machado, presidente da distrital do Porto do PSD e com José Luís Oliveira, antigo vice-presidente de Valentim Loureiro.
"É urgente uma estratégia"
Já sobre o tema dos transportes, Jorge Assunção assumiu ao JN o compromisso de elaborar "um Plano de Mobilidade Sustentável para Gondomar, criando alguns corredores urbanos que liguem os principais pontos de origem e de destino, privilegiando os estabelecimentos de ensino e de saúde, e a criação de novos percursos pedonais e de ciclovias seguras.
Neste enquadramento, o candidato do PSD propõe "promover e dinamizar a implementação de uma rede de transportes públicos sem carbono, a constituição de uma rede pública de carregamento de veículos elétricos, a providenciar uma rede de transportes públicos eficiente e acessível em todas as freguesias, a definir a responsabilidade no âmbito da estratégia para os transportes públicos na AMP, a batalhar pela conclusão da ligação do Metro ao centro de Gondomar e pugnar pela ligação Campanhã-Valbom-Fernando Pessoa-Souto".
Já para a candidata da CDU, Cristina Coelho, "é urgente uma estratégia de desenvolvimento dos transportes coletivos, articulada no âmbito metropolitano, como a concretização das linhas de metro de Valbom e de Fânzeres e a expansão do serviço rodoviário da STCP, assumindo a empresa como operador único da área metropolitana".
Além destas medidas, Cristina Coelho defende que "é preciso o reforço de carreiras nas zonas urbanas como Baguim, Rio Tinto e Fânzeres, e ainda abertura de novas ligações rodoviárias garantindo as circulações dentro das freguesias e localidades (linhas circulares), bem como a criação de abrigos cobertos em todas as paragens de transportes públicos".
Para a candidata da CDU "é também necessário medidas a nível urbanístico, como a requalificação de toda estrada D. Miguel, incluindo o seu reperfilamento e criação de passeios, passagens e cruzamentos seguros, bem como reverter com urgência a reconfiguração da Rua D. Afonso Henriques e Rua Heróis da Pátria, em Rio Tinto". É também importante, "definir um plano de ciclovias e vias cicláveis articulado no território municipal, contrariando a execução à peça".
Já Bruno Maia, do BE, é da opinião que "os transportes em Gondomar se assemelham a uma manta de retalhos, desconexa, insuficiente e incapaz de servir as populações mais rurais".
Para o bloquista a rede de transportes deve organizar-se em três níveis: "A malha intermunicipal: para isso deve ser construída a linha de metro até ao centro, complementada com uma linha circular até Fânzeres, e aumentada a frequência dos autocarros da STCP em horas de ponta. A malha intra-concelho, que deve assegurar transportes coletivos para todas as populações, numa frequência ajustada às necessidades, com aposta no transporte a pedido para as populações mais rurais e isoladas; e a de pequena distância, assente na mobilidade suave, com aumento do número de ciclovias e criação de sistemas públicos de bicicletas partilhadas".
Para Bruno Martins "a melhoria dos transportes não pode esquecer o impacto climático, pelo que todas as novas unidades adicionadas no futuro devem ser movidas a outras energias que não os combustíveis fósseis". O Bloco propõe ainda "a gratuitidade em todos os transportes do interior do concelho e o fim das portagens na A43".
Já para Isabela Mendes, do Chega, "as políticas adotadas no concelho de Gondomar relativamente aos transportes têm sido incapazes de criar uma rede coesa de transportes que permita a todos os munícipes mobilidade, quer dentro do concelho quer para fora do mesmo".
Para a candidata "é necessária uma estreita ligação entre freguesias e Câmara para aferir as reais necessidades de cada uma, pois cada freguesia tem características muito díspares, por forma a podermos dar uma resposta mais eficaz e eficiente às necessidades".
"Combinar e negociar mais meios públicos e privados, que em conjunto, poderão fazer a diferença na vida da nossa população, não esquecendo a eterna promessa de ligação do metro ao centro do Município tornando-o finalmente uma realidade", são outras das propostas de Isabela Mendes.
Também Nuno Santos, do PAN, considera "a vinda do metro para o centro de concelho não só fundamental para a ligação intermunicipal, mas também muito importante para o desenvolvimento do centro".
Além disso, refere ao JN que "é importante um investimento sério na remodelação dos transportes públicos e que sirva, principalmente, o alto do concelho".
"Mais mobilidade e mais proximidade entre freguesias é o que se deseja. Mais e melhores ciclovias, com zonas para as pessoas poderem estacionar com segurança as suas bicicletas e potenciar o uso da mesma, principalmente nas zonas mais urbanas" são também outras das propostas que o PAN Gondomar tem na área dos transportes.
Já para Rafael Corte Real, da Iniciativa Liberal, "a mobilidade e os transportes públicos são uma das bandeiras eleitorais"do partido.
"Não reduzimos a discussão à expansão do metro, embora consideremos prioritário avançar com uma solução que inclua São Cosme e Valbom. Este Executivo não conseguiu, em oito anos, ir além dos estudos e é tempo de garantir que o projeto sai do papel. No entanto, há vida para além do metro", sublinhou o candidato do IL.
O candidato da IL diz-se "apostado em resolver os problemas da mobilidade intra-municipal, tanto no Alto Concelho como no eixo urbano, onde as soluções para um gondomarense se deslocar, por exemplo, de Rio Tinto para Valbom ou de São Cosme para Baguim do Monte são limitadas e morosas".
Refere também que será preciso "uma melhor integração da estação de metro de Fânzeres e da estação ferroviária de Rio Tinto com a oferta de transportes públicos existente".
Outra proposta da IL de Gondomar é a introdução de um "cheque-transporte que permita aos gondomarenses usar nos transportes públicos e nas portagens, atenuando o impacto destes custos no orçamento das famílias".
No alto concelho, Rafael Corte Real defende "a introdução de um sistema de transportes a pedido, em formato 'shuttle', para aproximar as populações mais isoladas" e propõe "criar uma nova linha de autocarro Expresso, que permita uma ligação rápida a partir de Medas ao centro de Gondomar e a um terminal intermodal no Porto".
Confrontado com as críticas da oposição, Marco Martins referiu que representam "um desconhecimento da realidade", uma vez que "o alto concelho já tem uma boa rede de transportes públicos, agora mais acessíveis devido ao passe único". E deu como exemplo que "de Medas há 108 ligações por dia, da Lomba há 17, de Melres 71, do Covelo 97, da Foz do Sousa 98, e de Jovim há 157".
Mesmo assim, Marco Martins assume que no próximo mandato vai ser criada "com as freguesias uma rede de transportes a pedido, e nas áreas urbanas serão reforçadas ligações a zonas mais densas e áreas empresariais".