No Grande Porto, as empresas privadas de transporte de passageiros só têm combustível até ao início da próxima semana, mas algumas vão avançar com medidas antes dessa data, como é caso da Gondomarense, com restrições a partir de quinta-feira, e da Espírito Santo, que a partir de sexta-feira procederá a "severas restrições" no serviço ocasional.
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A Empresa de Transportes Gondomarense prevê, a partir de quinta-feira, "suprimir" o serviço de autocarro "fora das horas de ponta" para poupar as reservas de combustível. Manuel Batista, que gere a empresa, explicou que a Gondomarense "tem combustível porventura até domingo ou segunda-feira".
"Mas, a partir desta quinta-feira, vamos suprimir alguns horários para prolongar as reservas que temos pelo maior tempo possível", declarou, reforçando que será apenas em alturas do dia que "não criem mossa" aos passageiros. Como exemplo, referiu que poderão ser aumentados os tempos de frequência de 15 para 30 minutos em viagens que costumam ter pouca gente. Ressalvou que, no caso de surgir quinta-feira uma solução, poderá não ser necessário suprimir viagens, recordando a não inclusão das empresas de transporte nos serviços mínimos que foram decretados. Aos clientes, aconselhou a estarem de "sobreaviso".
Por parte da Espírito Santo, com forte presença em Gaia, o sócio-gerente Luís Espírito Santo explicou que a partir de sexta-feira o serviço ocasional sofrerá "severas restrições". Disse que "será dada prioridade ao serviço público" de transporte de passageiros, mas foi adiantando que no domingo de Páscoa não haverá carreiras, "de modo a sobrar algum combustível para as viagens na manhã de segunda-feira". Avisou que "se a situação não se alterar segunda-feira, ao meio-dia, a empresa deixa de fazer viagens". Nessa altura, dos 70 autocarros da frota "só irão para a rua os dois movidos a gás natural".
Sobre o serviço ocasional, apontou o caso dos adeptos do Boavista que, sexta-feira, viajariam nos autocarros da Espírito Santo para assistir ao jogo em Tondela, para a Liga, mas que, dadas as atuais circunstâncias, não o poderão fazer.
No concelho de Matosinhos, a Maré, uma parceria dos grupos Barraqueiro e Resende, referiu ter combustível até terça-feira. "Até lá estaremos numa posição relativamente confortável", declarou Pedro Morais. Mesmo assim, o sócio-gerente da empresa advertiu que, a manter-se a greve dos motoristas de matérias perigosas, esta quinta-feira "terá que ser reavaliada a oferta, de forma a fazer durar as reservas", lembrando que "terça-feira marca o reinício do período escolar".
Por parte da Valpi, transportadora que serve Valongo, Eduardo Caramalho afirmou que há combustível "até segunda-feira, de manhã", para já sem restrições previstas.
Ainda no domínio dos transportes, mas na esfera pública, para a STCP nada muda comparativamente à informação veiculada na terça-feira. Ou seja, "há combustível diesel disponível que permite o funcionamento da frota no imediato", segundo conferiu a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto.