
Edifício da Adidas na TECMAIA
Pedro Granadeiro/ Global Imagens
O secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, revela que Governo não foi informado da intenção da multinacional de despedir 300 trabalhadores e admite que possa haver irregularidades no processo.
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"Nos termos da lei, quando há uma intenção de despedimento coletivo, ela deve ser comunicada, nomeadamente à DGERT (Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho), para poder avaliar se os requisitos que a lei prevê estão verificados [...] A lei prevê vários mecanismos que só podem ser acionados depois de termos conhecimento dessa intenção de despedimento coletivo. É por isso que esta não é uma questão meramente de cortesia ou protocolar. É porque, sem isso, não é possível diligenciar da forma que a lei prevê", declarou o secretário de Estado do Trabalho à TSF.
Dois dias depois de ser conhecida a notícia do despedimento, o secretário Miguel Fontes ainda está a tentar contactar a empresa, acrescentando que foi através da comunicação social, nesta segunda-feira, que teve conhecimento do anúncio, que prevê o despedimento de pelo menos 300 trabalhadores. "O meu gabinete está a tentar obter os contactos dos responsáveis da Adidas, mas isso não impedirá que, à primeira oportunidade, procuraremos estabelecer esse contacto e inteirar-me na primeira pessoa dessas motivações que, para já, apenas tive a oportunidade de conhecer através da comunicação social", afirmou Miguel Fontes.
Ao JN, a Adidas confirmou que "haverá mudanças na estrutura organizacional no Porto" e que vai deslocar os serviços que estavam a funcionar no TecMaia "para fora de Portugal". A multinacional tem como objetivo "agrupar as competências de forma mais uniforme nos vários locais", continuando a hub da Maia "a desempenhar um papel importante para a empresa", afirmou Stefan Pursche, relações públicas da empresa, avançando que serão cerca de 300 os colaboradores dispensados numa ação a desenvolver até ao verão de 2023.
