Várias cidades do Norte e Centro do país, além de Lisboa, Oeiras e Portimão, podem ficar cheias de lixo nas duas semanas festivas , devido a greves dos trabalhadores da limpeza urbana.
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Segundo o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), os trabalhadores reclamam aumentos de salários.
“Estas paralisações resultam do profundo descontentamento e da contínua falta de resposta concreta às exigências dos trabalhadores, sendo que a situação atual exige medidas imediatas de valorização dos salários em todo o setor, dignificação das profissões e do respeito pelas funções, assim como a urgência em travar a exploração, a precariedade laboral e a degradação das condições de trabalho”, salienta o STAL.
“Está nas mãos das administrações encetar negociações sérias com o STAL e os trabalhadores, que estão conscientes do impacto negativo desta paralisação junto da população, mas que é, única e exclusivamente, da responsabilidade das administrações das empresas”, salienta o STAL.
Moedas apela a negociações
Além de Lisboa, Oeiras e Portimão, a sul, haverá também municípios do Centro e Norte muito afetados. Só a Resinorte engloba o tratamento e valorização de resíduos urbanos de 35 municípios do norte central, como Alijó, Amarante, Armamar, Baião, Boticas, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Chaves, Cinfães, Fafe, Guimarães, Lamego, Marco de Canaveses, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Mondim de Basto, Montalegre ou Murça.
A estes juntam-se ainda os que são geridos pela na FCC Environment Portugal e pela EMARP (Portimão), sendo que, no caso deste concelho algarvio, a paralisação ocorre a 2 e 3 de janeiro.
Esta quarta-feira, o presidente da Câmara de Lisboa assegurou que irá fazer tudo para evitar a greve de recolha de lixo agendada para os dias entre o Natal e o Ano Novo, exortando os sindicatos a negociar com a autarquia.
Lisboa sem recolha durante nove dias
Carlos Moedas sublinhou que "os lisboetas viverão dias muito difíceis" ao nível da saúde pública se a greve anunciada pelos sindicatos se concretizar, porque a cidade ficará "sem recolha de lixo durante nove dias".
O autarca acusou os sindicatos de estarem indisponíveis para negociar e referiu não compreender por que é que decidiram avançar para a greve depois de três anos "de paz social" na autarquia, destacando o trabalho de atualização e atribuição do valor máximo para o suplemento de insalubridade e penosidade, o recrutamento nos últimos anos de 400 trabalhadores, a abertura de mais concursos, além da assinatura de um acordo, em junho de 2023, com os sindicatos para obras de melhoramento de instalações, formação, rotatividade dos circuitos, reforço das equipas de segurança e saúde no trabalho.
Perante a situação, Carlos Moedas pediu "a ajuda de todos", nomeadamente dos presidentes das Juntas, e disse que também vai reunir "nos próximos dias" com os restaurantes, o comércio e os hotéis.