Cerca de dois mil alunos das escolas do concelho de Amarante ficaram esta segunda-feira apeados, sem transporte para as aulas. Os autocarros da Rodonorte e Valpi, as empresas que ainda asseguram o transporte escolar não saíram das garagens por causa da greve dos motoristas. A maioria ficou sem escola. Alguns, poucos, foram levados às aulas pelos encarregados de educação, adiantou ao JN fonte da Autarquia.
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Os trabalhadores das transportadoras Rodonorte e Valpi voltaram ao protesto, agora em forma de greve, contra o concurso Internacional de Contratação de Serviço Público de Transportes no Município levado a cabo pela Autoridade de Transportes de Amarante (Câmara Municipal).
O protesto, que no último ano tem sido recorrente, foi desta vez acompanhado pelo deputado do Bloco de Esquerda José Soeiro. Em dezembro último, em protesto idêntico, já tinha estado Maria Manuela Rola (deputada do BE). Em ambas as situações, o coordenador concelhio do BE e atual candidato à Câmara Hugo Silva acompanhou o protesto.
José Soeiro anunciou aos trabalhadores que o BE vai pedir a intervenção do Ministério do Trabalho e da Autoridade das Condições do Trabalho (ACT) "no sentido de verificar se a lei laboral está a ser cumprida na defesa da manutenção dos postos de trabalho daqueles motoristas''.
Os motoristas pretendem continuar a "guiar" os autocarros de transporte público em Amarante, agora na nova empresa de Guimarães que ganhou o concurso, facto que no entender dos motoristas "não foi acautelado".
José Luís Gaspar, presidente da Câmara, entidade que tutela a Autoridade dos Transportes de Amarante, garante de forma reiterada que o Município "respeitou todas as imposições da União Europeia para este tipo de concursos". Um outro facto que tem sido levado para a discussão, pelo autarca, é que nenhuma das empresas - Rodonorte e Valpi - se apresentou a concurso.
O BE quer que a ACT verifique "se a lei da transmissão de estabelecimento" está a ser cumprida.