O combate ao "fast food" e à importação de novos hábitos alimentares nefastos é um dos objetivos da instituição.
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A Confraria Terras de Vimaranes acaba de entronizar os seus primeiros membros. São empresários da restauração e da hotelaria, produtores de vinhos e de outros produtos autóctones, chefes de cozinha e enólogos e querem defender e promover a gastronomia e os vinhos vimaranenses.
"A ideia para uma associação, reunindo empresários, empregados de mesa, chefes de cozinha, enólogos, pasteleiros e outros profissionais ligados à gastronomia e aos vinhos, surgiu há mais de 20 anos, num tempo em que faltava mão de obra. Nessa altura, o objetivo era criar um grupo de pressão para a instalação de uma escola de hotelaria em Guimarães. Passadas duas décadas, a escola está em fase de instalação, mas há muito por fazer", afirma Mário Moreira, chefe de cozinha aposentado e presidente da confraria.
Por sentir que os objetivos que moviam o setor há 20 anos ainda não foram atingidos, o movimento avançou agora. "Queremos chamar a atenção, através do poder local, para a necessidade de incluir uma disciplina de gastronomia no ensino básico. Para as crianças poderem distinguir os alimentos e saberem o que escolher e o que rejeitar", aponta o presidente da confraria.
O combate ao "fast food" e à importação de maus hábitos alimentares é outro dos desígnios da Terras Vimaranes. Nesse sentido, a confraria está a desenvolver ações para a preservação das tradições culinárias vimaranenses. "Estamos a fazer uma recolha de memórias e tradições. Temos já 17 presidentes de junta envolvidos neste trabalho", avança Mário Moreira.
A cerimónia de entronização dos setenta novos confrades decorreu no Paço dos Duques, na presença de membros de 30 confrarias de todo o país e da Galiza. Para breve estão anunciados concursos culinários, "para eleger um conjunto de pratos e de vinhos que possam constituir uma rota gastronómica e vínica", esclarece Mário Moreira. Para este chefe, "os rojões são o prato que melhor representa Guimarães, pela sua ligação à história da cidade, nomeadamente através da Festas Nicolinas." No final do ano, está previsto a realização, na Quinta de Sezim, de um festival de caldos, sopas e papas.