Populares e autarcas estão esta quarta-feira a alertar que há empresas que continuam a laborar em Ovar, apesar de o Governo ter declarado terça-feira esse município de Aveiro como em estado de "calamidade pública", impondo-lhe assim quarentena geográfica obrigatória.
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Em termos práticos, a situação significa que estão proibidas quaisquer atividades económicas que não sejam consideradas de primeira necessidade - o que excetua supermercados, farmácias, fabricantes alimentares como padarias, postos de abastecimento de combustível e bancos - e que fica também inibida a circulação de pessoas na via pública - a não ser por motivos de necessidade essencial, como abastecimento alimentar ou socorro a familiares.
O vereador do PS na Câmara de Ovar, Artur Duarte, fez esta quarta-feira uma publicação na rede social Facebook, alertando que, ao início da tarde, se encontravam a laborar no concelho "algumas unidades industriais", o que "contradiz a alínea b) do nº. 2 do Despacho do Primeiro-Ministro e do Ministro da Administração Interna" publicado esta terça-feira - pronunciando o estado de "calamidade pública" do município e impondo a sua quarentena geográfica.
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O vereador socialista admite que o documento que sustenta a decisão do Governo "não é claro" quanto às exceções, mas, precisamente por isso, apela a que "seja clarificada pelas entidades competentes a interpretação sobre se é ou não de encerrar a atividade industrial no concelho, com a exceção das empresas que possam ser essenciais para o comércio alimentar, farmacêutico ou de equipamentos de segurança".
Após denúncias de que a firma de soluções de comunicação visual Bi-silque estaria a operar, a Lusa contactou a unidade e uma empregada começou por dizer que "a empresa está a funcionar, mas um bocado limitada", após o que foi solicitado um esclarecimento da administração e um segurança informou que nenhum responsável estava disponível.
A Lusa também contactou a Stow, que fornece sistemas de estantes e prateleiras para armazéns, e, questionada sobre se era possível uma deslocação à empresa, a colaboradora em funções no local respondeu que seria escusado: "Está tudo em teletrabalho em casa. Só eu é que estou aqui".
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De Espinho chegou a informação de que também a Nanta de Ovar, a fabricante de rações para animais antes designada Progado, estará a laborar normalmente. Contactada a empresa, a administração não esteve disponível, mas a telefonista comentou que "os animais não podem ficar sem comer".
Esta quarta-feira foi também decretado o estado de calamidade pública no concelho de Ovar, que se encontra sob quarentena geográfica, com controlo de entradas e saídas no território.