Um operador do Pingo Doce de Portimão morreu ontem após trespassar um tecto falso do supermercado e cair desamparado na loja. Muitos clientes, pensando tratar-se de uma derrocada, entraram em pânico.
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Pouco passava das 11.30 horas quando um "enorme estrondo" interrompeu a rotina matinal do supermercado Pingo Doce daquela cidade algarvia, numa altura de muito movimento. Apesar do susto, mais ninguém ficou ferido no acidente que resultou na morte imediata do funcionário de 45 anos, que trabalhava há pouco tempo na empresa.
Em declarações aos jornalistas, José Silva Ferreira, responsável nacional de operações do grupo, afirmou que a queda pode estar relacionada com a tentativa da vítima em retirar um plástico que caíra para uma zona de tecto falso, que serve de divisória entre o piso superior e a loja. José Silva Ferreira adiantou que, pouco antes do acidente, o funcionário estava acompanhado pelo gerente de loja no piso superior do supermercado, numa zona que serve de armazém e cujo solo é uma placa maciça.
Contudo, depois de terem detectado um plástico de dimensão considerável na zona que serve como tecto falso do supermercado, o gerente disse ao funcionário para aguardar, pois iria tentar retirá-lo a partir do piso inferior.
"O funcionário não tinha instruções para ir buscar o plástico", disse aquele responsável à agência Lusa, acrescentando que a zona de tecto falso não tem placa maciça e tem uma sustentabilidade considerada frágil, mas está delimitada por um muro com cerca de 2,5 metros de altura. Foi no momento em que o gerente se encontrava já no piso inferior, onde se situa a loja, que se deu a derrocada do tecto, "supostamente pelo peso do funcionário", que caiu desamparado, sofrendo um "traumatismo craniano e uma hemorragia muito grave", segundo revelou ao JN uma fonte do INEM.
Alguns clientes relataram momentos de pânico. Muitos, pensando tratar-se de uma derrocada do tecto, fugiram para a rua. Já no exterior, relacionaram o acidente com o mau estado do edifício. Também uma funcionária terá declarado à Lusa que o tecto falso estava "a necessitar de reparação há muito tempo", mas fonte do grupo contraria, argumentando que este "estava em boas condições".
A Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) já abriu um inquérito para apurar as causas do acidente, tendo vedado o acesso ao armazém. Em comunicado, refere que a recuperação da estrutura só será retomada após serem adoptadas as medidas de segurança adequadas.
O supermercado ficou encerrado por "tempo indeterminado". José Silva Ferreira garantiu que o Pingo Doce irá reabrir após obras de reparação e de uma vistoria por parte das autoridades.