Hospital de Leiria atende 430 jovens com gripe em dois dias. Afluência às urgências dispara, por boato de surto de legionela.
Corpo do artigo
O Hospital de Leiria atendeu, nos últimos dois dias, cerca de 430 jovens, entre os 14 e os 25 anos, na urgência pediátrica e na urgência geral, com "sintomas de gripe". Apenas um adolescente ficou internado, porque "o estado de saúde pedia vigilância". Este sábado, a afluência às urgências diminuiu, em relação aos dois dias anteriores.
Os jovens estiveram numa discoteca, na Marinha Grande, a festejar o Carnaval, no sábado passado e na segunda-feira, por onde passaram sete mil pessoas, rotativamente. "Havia uma grande diferença de temperatura entre o interior e o exterior e havia muitos miúdos sem camisola, de t-shirt ou com fantasias de biquíni", conta ao JN fonte do estabelecimento de diversão noturna.
Sexta-feira, foram atendidos cerca de 200 jovens e, na quinta-feira, 230 jovens, entre os 14 e os 25 anos, com "sintomas de febre, tosse, dores musculares e sintomas respiratórios", informa o Centro Hospitalar de Leiria (CHL). A procura das urgências ter-se-á devido ao pânico gerado, após ter começado a circular nas redes sociais que havia um surto de legionela, que não se confirmou.
O CHL admite que se trata de um "possível surto de gripe" e diz estar em articulação com a Saúde Pública de Leiria e com a Administração Regional de Saúde do Centro. Desde o dia 3 de março, já "foram diagnosticados 63 casos de influenza A e 15 casos de covid-19", revela. Contudo, garante que "os sintomas não apresentam sinais de gravidade". Pede ainda para as pessoas não acorrerem às urgências nestes casos, para não sobrecarregarem os serviços.
Auditoria prévia
Já na sexta-feira, a delegada de saúde da Marinha Grande, Clarisse Louro, tinha garantido ao JN que não existia qualquer surto de legionela e assegurado que a discoteca nem sequer tinha equipamentos produtores de aerossóis. "Para já, são sintomas banais de uma infeção por vírus ou covid."
Clarisse Louro revelou ainda que foi feita uma auditoria em conjunto com a proteção civil, antes de a discoteca abrir para celebrar o Carnaval, para "acautelar algumas questões", durante a qual foi recomendado manter as portas para o exterior abertas. "O que nos foi dito é que cumpriram e não temos nada para duvidar", observa.
A mesma fonte do estabelecimento de diversão noturna explicou ao JN que cumpriram todas as indicações recebidos. "Temos motores de extração e um sistema de arrefecimento, abrimos as claraboias, metemos ventoinhas e abrimos portas de emergência, que vão dar para um jardim", assegura. Daí acreditar que o surto de gripe se deve às diferenças de temperatura entre o interior e o exterior.