A Câmara da Póvoa de Varzim já tem “luz verde” para avançar com as obras na Igreja de S. Pedro de Rates. O vice-presidente, Luís Diamantino, garante que os trabalhos vão começar “muito em breve”.
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Numa primeira fase, serão substituídos a cobertura e os vitrais partidos, de forma a impedir a entrada da chuva. Há já uma segunda fase prevista, com obras “de fundo” no monumento nacional com 900 anos de história.
“Foi aprovado o protocolo que, finalmente, a Direção Regional da Cultura do Norte (DRCN) mandou para a câmara, depois de muita insistência nossa. Vamos arrancar logo que possível com a Estamo, a empresa pública responsável pela manutenção dos monumentos nacionais”, afirmou o também vereador da Cultura, explicando que, tal como aconteceu com as obras recentes no Aqueduto de Santa Clara, a autarquia será dona da obra, acelerando-se, assim, a intervenção.
Os projetos serão feitos pela câmara, mas com o acompanhamento técnico da DRCN. A obra será financiada pelo Fundo de Emergência do Património Cultural.
Nesta primeira fase, continuou a explicar Luís Diamantino, deverão ser gastos “50 a 100 mil euros”. Entretanto, há que perceber exatamente quais são as patologias para que a segunda fase da empreitada possa avançar. Nessa altura, serão feitas obras mais profundas no interior e no exterior da igreja.
“É uma jóias da arquitetura e é a única construção cluniacense que existe no país. Recordo que a rede de monumentos da Ordem de Cluny [uma ordem religiosa francesa, com origem em Borgonha] está a candidatar-se a Património da Humanidade”, salientou Luís Diamantino.
A Igreja de Rates é monumento nacional desde 1910 e há muito que pede obras urgentes. O caso foi denunciado pelo JN a 6 de junho: chove dentro da igreja, há musgo a cobrir as paredes, arbustos no telhado, várias telhas e vitrais partidos, o pórtico principal está a desaparecer e o quadro elétrico é um perigo à espreita.
A Póvoa tinha ficado de fora dos 78 edifícios do património cultural que serão alvo de obras, ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), num investimento total de 190 milhões de euros.
Quinze dias depois, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) veio à Póvoa e deixou a promessa de obras urgentes, a fim de estancar a degradação da igreja.