Impasse com investimento de 150 milhões em fábrica do setor eólico em Viana do Castelo
O presidente da câmara de Viana do Castelo, Luís Nobre, declarou hoje que o investimento, anunciado há um ano, de 150 milhões de euros, numa fábrica do sector eólico naquele concelho, pela Nordex Acciona, continua a aguardar decisão por parte do investidor.
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Em causa está a ocupação de uma área com 29,3 hectares, na freguesia de Vila Nova de Anha, por uma unidade industrial de produção de pás de rotor para turbinas eólicas. E que levou a autarquia a avançar, em 2022, com a suspensão parcial do PDM, da referida área, situada a sul da Ribeira de Anha e a nascente do acesso ao porto de mar (antiga EN 13-3).
"A garantia que nos foi dada é que, a investir na Europa, será em Portugal e em Viana do Castelo. Nesse sentido pediram-nos um novo prazo", declarou o autarca ainda antes da discussão prevista para a reunião quinzenal do executivo, onde foi questionado sobre o investimento.
"Há mecanismos para proteger esta atividade na Europa, que não dependem nem da Nordex, nem do Governo português e muito menos do município", indicou, referindo contudo que o investidor, quando questionado há dias pelo município sobre a sua intenção, terá manifestado "vontade de investir na Europa e em Portugal". "Fizeram trabalho de prospecção e interessa-lhes. E a ser, [o investimento] será em Viana do Castelo", sublinhou.
Recorde-se que Luís Nobre tinha anunciado o investimento naquele município da Nordex Acciona em dezembro de 2022, com previsão de concretização e entrada em laboração em junho de 2024. Uma unidade que previa "um volume anual de exportações de 200 milhões de euros" e a criação de 2000 novos postos de trabalho.
Entretanto, já avançou o processo expropriativo na área prevista de implantacão do projeto. "Fizemos uma proposta e já tivemos proprietários que concordaram, outros vieram rebater, mas é o normal", disse em junho deste ano, adiantando na altura que, independentemente da decisão do investidor, a área em causa será destinada "a ocupação empresarial". Ideia que voltou a manifestar hoje aos membros do executivo.
A área de implantação do projeto, de acordo com proposta de suspensão do PDM, "encontra-se a poente abrangida por uma área de rede natura (2,9 ha) e por uma área de Reserva Agrícola Nacional (RAN) com 3,5 ha". A CCRD-N deu parecer positivo à suspensão do PDM em janeiro de 2023.