Incêndio extinto. Hospital de Ponta Delgada sem previsão para regresso à normalidade
O incêndio que deflagrou no Hospital de Ponta Delgada, nos Açores, foi declarado extinto às 16.11 horas locais (17.11 horas em Portugal continental), tendo provocado ferimentos ligeiros em nove dos 104 bombeiros mobilizados, revelou, este sábado, a Proteção Civil.
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"Às 16.11 horas demos o incêndio como extinto e iniciámos a fase de rescaldo. Lamentamos, ainda que sem grande significado, que nove bombeiros tenham sofrido ligeiros ferimentos, com queimaduras e intoxicação por força dos fumos", avançou o responsável da Proteção Civil e Bombeiros dos Açores aos jornalistas no Hospital de Ponta Delgada, na ilha de São Miguel.
Rui Andrade destacou que o alerta foi dado pelas 9.15 horas locais (10.15 horas em Portugal continental), tendo os meios sido "disponibilizados prontamente". "Verificámos ao longo do dia que o incêndio, apesar de circunscrito, ganhou intensidade, o que fez com que chegássemos ao longo do dia com um acumulado de meios de 104 bombeiros, 18 carros vermelhos de combate a incêndios e 26 ambulâncias", reforçou.
O responsável pela Proteção Civil rejeitou entrar em pormenores sobre a origem do incêndio naquele que é o maior hospital dos Açores. "Neste momento é completamente prematuro, nem eu sou a pessoa certa para responder sobre a origem. O que posso dizer é que o incêndio aparentemente deflagrou numa área técnica destinada aos postos de transformação de energia do hospital", assinalou.
A administração do Hospital de Ponta Delgada não tem previsões sobre quando é que a situação naquela unidade ficará normalizada, mas garantiu que "vai ser reposta o mais brevemente possível".
Em declarações aos jornalistas, a presidente do Conselho de Administração do HDES, Manuela Menezes, disse que é "muito prematuro" dar uma previsão para o retomar da atividade naquela unidade de saúde, mas garantiu que a normalidade será reposta "o mais brevemente possível".
"Ainda estamos a evacuar [as instalações] (...) Ainda estamos a fazer uma inspeção, ainda temos que chegar à zona mesmo crítica do foco de incêndio, para depois termos essa noção, se são dias, se são semanas", disse a responsável. "Como disse, estamos a fazer uma vistoria, já temos eletricidade, coisa que há cerca de duas horas não tínhamos e, por isso, como estou a dizer, assim que tenhamos energia e tenhamos a possibilidade de repor a normalidade, assim o faremos", garantiu.
Manuela Menezes explicou que decidiram evacuar todo o edifício porque "o fumo alastrou de tal ordem pelo hospital que não estavam reunidas as condições de segurança, por causa da inalação de fumos".
"Daí que nós tivéssemos tomado essa decisão de alerta máximo e de evacuação total do hospital", justificou.
A responsável também adiantou que foram transferidos para o hospital da CUF na Lagoa, em São Miguel, os doentes que estavam no bloco de partos e os que estavam na neonatologia, na pediatria, na urgência e na unidade dos cuidados intensivos.
Foram também transferidos doentes para centros de saúde, para a Casa de Saúde de Nossa Senhora da Conceição e para a Clínica do Bom Jesus.
Com a ajuda do Exército foram transportados equipamentos tanto para a CUF como para os centros de saúde.
O incêndio atingiu uma área técnica de um quadro elétrico que fica no piso 1.
"De resto, o comprometimento tem tudo a ver com a falta de energia que nós não temos ainda na totalidade no edifício, mas que já está a ser restabelecida através de geradores, mas que ainda não nos permite, naturalmente, dar a continuidade e prestar os cuidados que necessitamos aos nossos doentes", concluiu.
Linha telefónica para informações sobre internados
A Direção Regional de Saúde (DRS) dos Açores vai criar uma linha telefónica para prestar informações aos familiares dos doentes internados no Hospital de Ponta Delgada que foram hoje realojados em outras unidades devido a um incêndio.
"Nós vamos criar uma linha [telefónica] para os familiares que queiram efetivamente ter informação dos seus familiares que estavam hospitalizados. Ou seja, a DRS já está a tratar da criação desta linha", declarou aos jornalistas a presidente do Conselho de Administração do Hospital Divino Espírito Santo (HDES), Manuela Menezes.
O HDES foi hoje atingido por um incêndio que obrigou à transferência de todos os doentes internados.
Manuela Menezes também referiu que os familiares dos doentes que estavam internados no hospital "devem-se manter calmos" porque estão acomodados transitoriamente em outras unidades de saúde da ilha de São Miguel e "estão acompanhados por médicos e enfermeiros dos seus próprios serviços".
A responsável referiu ainda que, pelas 20 horas locais de hoje (21 horas em Portugal continental), os familiares dos doentes internados que se queiram dirigir ao hospital para ter mais informações "deverão deslocar-se ao serviço de Fisiatria", onde estará "uma pessoa para dar este tipo de informação".