João Azevedo foi o primeiro candidato autárquico do PS a ser anunciado a nível nacional. Quer conquistar a Câmara de Viseu, que nunca esteve nas mãos da Esquerda.
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Foi o próprio secretário-geral do partido, António Costa, a desafiar João Azevedo a concorrer ao município governado pelo PSD há 32 anos. O atual deputado, e antigo autarca de Mangualde, aceitou o repto "com grande felicidade e determinação", até porque tinha o apoio de Jorge Coelho, ex-ministro socialista que morreu em abril desde ano. Em junho, esteve internado duas semanas, no hospital, com um problema cardiovascular, mas garante "estar pronto para uma guerra saudável para afirmar Viseu".
Escolheu como slogan de campanha Unir Viseu. Porquê? O concelho precisa de união?
O concelho precisa de muita união. Sentimos que o poder político em Viseu andou zangado sempre com algumas instituições e havia aqui um posicionamento muito maniqueísta. Não havia pontos de ligação. Esta candidatura que represento é uma candidatura aberta com pessoas das várias sensibilidades político-partidárias, independentes, pessoas de todo o lado e do outro lado aparece uma candidatura sempre marcada por razões partidárias o que acaba por retirar força e diminuir o concelho.
Viveu e presidiu à Câmara de Mangualde durante anos. Não acha que isso o vai penalizar nas urnas?
Eu nasci e estudei em Viseu. Fiz-me homem em Mangualde, mas mais forte que isso é a questão do ADN deste concelho, que é inclusivo e recheado de milhares de pessoas que não nasceram em Viseu e que contribuem para que o concelho seja mais forte. Há aqui uma questão de preconceito feito por as pessoas que só usam esse argumento, porque não têm mais nenhum.
Qual a ambição eleitoral do PS?
O objetivo é ganhar a Câmara. Nós sentimos nas pessoas, na rua, que há uma mensagem afirmativa e uma mensagem silenciosa de muita gente que vai votar nesta candidatura e vai querer fazer a mudança em Viseu.
Como encarou a entrada de Fernando Ruas na corrida à autarquia, depois da morte de António Almeida Henriques?
A opção foi recrutar novamente uma personalidade que fez o seu trabalho na altura certa, mas que hoje representa o passado e não o presente e o futuro, como nós.
Como caracteriza os 30 anos de governação PSD em Viseu?
Há momentos em que se fizeram muitas coisas boas e menos boas. Viseu não conseguiu reivindicar, nem reclamar infraestruturas que deviam estar feitas há muitos anos, como o IP3, a ferrovia, o que colocou Viseu nos últimos lugares no comboio do desenvolvimento.
Porque escolheu fazer esta entrevista na zona industrial de Coimbrões?
Para dar um sinal de que a nossa aposta principal é o desenvolvimento industrial do concelho de Viseu. Queremos uma indústria moderna, limpa, e competitiva, que consiga colocar melhor massa salarial e criar muitos postos de trabalho.
Melhor
Melhor
São as pessoas, o carinho e a afetividade que têm para comigo.
Também o facto de acreditarem muito que é possível haver uma alternativa política em Viseu.
Pior
Viseu ter perdido o capital de liderança política na região e no país.
A perda da população e de competitividade em termos de rendimento, que não é tão alta como devia ser.