O "Jornal de Barcelos" (JB), cuja última edição foi para as bancas a 29 de junho de 2022, está à venda em leilão por 210 mil euros. A detentora da publicação fundada em 1950, a Cooperativa Barcelense de Cultura, declarou insolvência deixando dívidas aos trabalhadores de quase 170 mil euros.
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A licitação, cujo valor mínimo são 210 mil euros, pode ser feita no site E-leilões.pt. Além do título, está a ser vendido todo o recheio da empresa, como computadores, mobiliário e uma carrinha.
Contactado pelo JN, o ex-diretor do "Jornal de Barcelos" e presidente da comissão de credores, Paulo Vila, tem a “expetativa” de que “o leilão corra bem para que do valor da venda saia a quantia necessária para liquidar aquilo que é devido aos trabalhadores”. “Estamos a falar de cerca de 170 mil euros e ao mesmo tempo abre-se a possibilidade de se reativar o "Jornal de Barcelos", até porque o concelho merece ter mais um jornal”, revelou.
Recorde-se que, no final de junho do ano passado, a administração comunicou aos trabalhadores que o semanário iria fechar até ao final de julho.
Desagradados com a situação e com os salários em atraso, os jornalistas demitiram-se em bloco e o diretor do JB, acusou o vice-presidente da Câmara, Domingos Pereira, de “pressões incessantes”. Na altura, Paulo Vila falou de “ingerências do vice-presidente da Câmara, junto da direção ou junto de terceiros”. “Não são de agora, mas intensificaram-se depois da condenação por corrupção. Depois há um conjunto de notícias de subsídios atribuídos à paróquia, num acordo assinado pelo vice-presidente. Estes dois assuntos foram a gota de água”, acusou, acrescentando: “Quiseram decapitar, e conseguiram, esta linha editorial do Jornal de Barcelos”.