A Junta de Freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz, Madeira, decidiu entregar 2690 euros a 65 famílias para ajudar a custear o pagamento de medicamentos.
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Da verba a disponibilizar, dois mil euros saíram dos bolsos dos três elementos do executivo, que, desde que tomaram posse, em 2009, todos os anos abdicam de parte da compensação monetária que auferem na junta e devolvem-na à autarquia para fins sociais.
"Decidimos pôr de parte algum do valor que recebemos - não dependemos financeiramente da junta, temos os nossos empregos - e consigná-lo para a área social", explicou Élvio Sousa, eleito pelo movimento independente Juntos Pelo Povo.
O dinheiro entregue às famílias, esta sexta-feira, a primeira tranche este ano, beneficia pessoas residentes na freguesia titulares de pensões de invalidez ou sobrevivência e reformados com mais de 65 anos em situação de carência económica, isto é, desde que não aufiram mensalmente mais de 70% do salário mínimo nacional praticado na Região Autónoma da Madeira.
Élvio Sousa adiantou à agência Lusa que a comparticipação, entre 25 e 75 euros anuais por agregado familiar, abrange os medicamentos adquiridos em farmácias ou em ervanárias.
"O ano passado a comparticipação chegava aos 100 euros, mas a junta, com um orçamento de 40 mil euros, teve uma redução de 10 mil euros no valor das transferências da câmara e do Estado", justificou o autarca.
O responsável acrescentou, contudo, que o anúncio do Governo de reduzir a comparticipação em alguns medicamentos motivou já um acréscimo de solicitações à junta para beneficiar desta medida social, admitindo que assim vai continuar. "Todos os dias temos pessoas a pedir informações", declarou.
Segundo Élvio Sousa, o ano passado, quando foi criado o apoio, cerca de 250 famílias foram abrangidas por esta medida, que classificou como inédita no arquipélago, com um valor global na ordem dos 5800 euros.
Até ao final do ano, a Junta de Freguesia de Gaula conta fazer nova entrega de cheques a pessoas carenciadas, acrescentou Élvio Sousa, estimando que o valor total a despender pela autarquia no âmbito deste programa será, sensivelmente, o mesmo do ano transacto.