Adão da Fonseca apresentou três propostas. Uma delas com Siza Vieira.
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Haverá uma nova travessia na Arrábida, entre o Porto e Gaia. Servirá o metro e prevê-se que esteja pronta em 2025. Neste século, outras soluções foram estudadas para as proximidades da ponte, que é monumento nacional e da autoria de Edgar Cardoso.
O engenheiro Adão da Fonseca trabalhou em três possibilidades, de diverso tipo, mas nenhuma foi avante. Uma delas, a Ponte do Gólgota, contou com a participação do arquiteto Siza Vieira, que tratou das "inserções" nas margens.
Duas das pontes, Santo António e Gólgota, resultaram de um "contrato" conjunto efetuado com as "câmaras do Porto e de Gaia, a Metro, a Universidade do Porto e a Rede de Alta Velocidade". Ao JN, Adão da Fonseca lembra que o pedido foi feito em "2003/04". O trabalho foi realizado e as maquetas foram apresentadas.
A mais falada foi a Ponte do Gólgota (o nome deve-se ao local da inserção no Porto). "Serviria o metro, que era o objetivo principal, mas também a rodovia, com a finalidade de retirar à Ponte da Arrábida o trânsito que flui entre as zonas do Porto Central e de Gaia central", explica. A Arrábida ficaria com o trânsito típico de uma autoestrada. A Gólgota "assentaria, do lado gaiense, nos terrenos do Arrábida Shopping". Do lado oposto, "entraria na zona entre a Faculdade de Letras e a casa de Agustina Bessa-Luís".
Essa travessia, que também daria para peões e bicicletas, gerou controvérsia. Em 2007, quando se discutia a expansão da rede do metro, uma equipa da Faculdade de Engenharia (FEUP) avançou com a ideia de levar a segunda linha Porto-Gaia para o tabuleiro da Arrábida. A equipa da FEUP defendia que se pouparia nos custos, evitando uma nova construção (Gólgota) e a retirada do protagonismo à obra de Edgar Cardoso.
Ponte de Massarelos
A Ponte de Santo António (denominação deve-se à inserção do lado de Gaia, na Quinta de Santo António, junto ao castelo) destinava-se ao comboio de alta velocidade. "Por cima do caixão [canal do comboio] poderiam passar peões e bicicletas. No Porto entraria num túnel na encosta acima da Rua da Restauração. Seguiria em túnel até à Rotunda da Boavista, onde haveria uma estação subterrânea. Faria ainda a ligação ao aeroporto, outro dos objetivos. Entretanto, a Câmara do Porto mudou de ideias e a alta velocidade ficou em Campanhã", recorda.
"Em 2010/11, a pedido da Câmara de Gaia", Adão da Fonseca estudou mais uma passagem. Desta feita, à cota baixa. "Ligaria Massarelos [daí o nome] ao Cais do Cavaco, em Gaia. Serviria para carros, peões e bicicletas". Também não saiu do papel.
Os 3 finalistas
1.º classificado
Edgar Cardoso - Engenharia
Custo: 50,5 milhões de euros
Prazo de conclusão: 970 dias
É proposta uma estrutura semelhante à rodoviária, ou seja, um pórtico com efeito de arco, em betão.
2.º classificado
Coba - Consultores de Engenharia e Ambiente
Custo: 62,8 milhões
Prazo de conclusão: 1001 dias
Apresenta uma solução em arco intermédio que sobrevoa o tabuleiro. Uma estrutura metálica com 9500 toneladas de aço.
3.º classificado
Betar Consultores
Custo: 69,2 milhões de euros
Prazo de conclusão: 1004 dias
Ponte em forma de pórtico com pilares inclinados assimétricos na margem, numa estrutura mista de betão e aço.