Um circuito de 850 metros e 12 horas contínuas de karting - a prova levou muita gente à parte alta de Espinho, pouco habituada a estas andanças. Nem todos gostaram do barulho e das ruas cortadas para a corrida. Mas animação não faltou.
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Com um pé em cima da trotinete e outro no passeio e sob o olhar atento da avó, Gonçalo Gil, oito anos, tentava seguir o desenrolar da prova, de ouvidos alerta, a fim de saber, pelo speaker, em que posição se encontrava o seu carro preferido.
"Não sei bem por que é que estou a torcer pelo 321. Nem sei a que equipa pertence, mas acho que foi por gostar da cor dele e por estar duas ou três voltas à frente de outro", explicou.
As "12 horas de karting Espinho 2010", iniciativa da Câmara em colaboração com o Movimento Sport Clube, chamou muita, muita gente às ruas da cidade, para ver os "bólides" a acelerar.
Menos atenta às posições dos 25 bólides que corriam pelo primeiro lugar naquela que foi a primeira prova de resistência de karting a decorrer nas ruas de Espinho, Ferida Dizdarevic, de nacionalidade bósnia e dona do café/restaurante Copélia, fazia as contas à vida e só rezava para que a iniciativa fizesse tilintar um pouco mais a máquina registadora.
"Para já ainda está fraco, mas conto que lá para a noite a casa encha", disse, esperançada. "Pelo menos, já é uma sorte fazerem alguma coisa para animar esta zona. Durante o Verão, foi sempre lá para baixo que as coisas aconteceram. Nós, com o Tony Carreira, não ganhámos nada", lamentou a comerciante.
A prova, com a duração de 12 horas, teve início cerca das 13 horas, mas os constrangimentos à circulação e ao estacionamento na Avenida 24 e em algumas das ruas acima, começaram já anteontem e dividiram os moradores.
Se Augusta Soares, a viver na Rua 19, criticou o facto de terem "escolhido para a prova precisamente uma das principais, se não a principal entrada de Espinho, para quem vem da A29" e, sobretudo, "terem obrigado os moradores a sofrer com o corte das ruas um dia antes da corrida", já José Gomes, outro morador, desta feita na Rua 28, foi mais brando.
"Tem alguns inconvenientes, como tudo na vida, mas é por pouco tempo e não é por isso que o mal vem ao mundo", fez notar, desvalorizando as críticas.