O Centro da APPACDM de Lomar, em Braga, que acolhe 18 jovens portadores de deficiência, um dos quais hospitalizado com o Covid-19, entra este sábado à noite em quarentena, por indicação da delegação de saúde minhota.
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A medida de "cerco sanitário" estende-se, segunda-feira, aos dois outros lares que acolhem jovens com deficiência, em Gualtar e em São Lázaro: "ao todo temos 40 jovens nos três lares", disse o presidente da Direção do organismo.
António Melo confirmou ao JN que há, também, uma funcionária que contraiu o vírus, e um outro jovem que já esteve no Hospital a fazer testes, desconhecendo-se, ainda, o resultado.
"O jovem infetado pertencia ao CAO (Centro de Actividades Ocupacionais) e, por isso, não frequentava a instituição desde 13 de março. E também nunca frequentou o Lar residencial", explicou. O outro que foi fazer o teste ao Hospital "sempre esteve sozinho, isolado dos outros, pois os quartos são individuais. Aliás, aos primeiros sinais, procedeu-se logo ao seu isolamento profilático", disse António Melo.
Sobre a trabalhadora infetada, sustenta que "não se pode afirmar que tal ocorreu no lar; pelo menos, a instituição não o pode afirmar, pois, para sermos fiéis à verdade, até pode ter sido o contrário".
Aquele responsável adiantou, a propósito, que, os sete funcionários que entram ao trabalho este sábado à noite, e que ali vão permanecer por 14 dias consecutivos, estão a fazer testes de despistagem da doença: "se houver alguma suspeita são substituídos". O local foi desinfetado.
Os testes abrangem, ainda, em moldes a combinar com as autoridades de saúde, os 40 jovens dos três lares. António Melo disse que cada utente será confinado a um quarto e será servido por uma funcionária, de modo a evitar múltiplos contactos.
"É uma situação muito difícil de gerir porque vários jovens têm doenças do foro mental e não vão querer estar confinados o dia todo num quarto", disse.
QUEIXAS
O gestor social refuta, "embora as compreenda", as críticas que têm sido feitas por delegados sindicais, segundo as quais terá havido negligência da parte da direção técnica do Lar de Lomar.
"Trabalhamos dia e noite para servir os utentes", disse, considerando normal que os funcionários critiquem e tenham receio, devido ao stresse a que estão sujeitos.
Essas queixas prendem-se com o facto de não terem sido tomadas medidas de confinamento quando o segundo jovem utente apareceu com febre e regressou do Hospital, e por, não se ter, atempadamente, desinfetado o local. E dizem que havia mais três com febre e tosse.
Sobre este reparo, o dirigente diz que "os jovens apresentaram, é verdade, situações febris esporádicas, mas não tosse; num dos casos, com uma única toma de ben-u-ron dissipou-se o problema rapidamente. A mesma situação se passou esta noite com outro jovem". Sublinhe-se, acrescenta, que a situação "foi sempre avaliada pelo médico da instituição".
Os funcionários reportam, ainda, a ocorrência de ameaças para irem trabalhar mesmo que estejam doentes e de apenas lhes terem deram cinco máscaras, para todos, há mais de semana e meia. Sobre este ponto, António Melo diz que tal não é verdade, pois todos os que estejam adoentados podem ir ao médico e meter baixa, tendo apenas de entregar o respetivo documento". Garante que tem havido equipamento de proteção: "O Centro de Lomar tem máscaras para assegurar o desempenho do serviço em segurança. Segunda-feira será ainda reforçado o número de máscaras e de outro material de proteção. Por exemplo, na sexta-feira, seis colaboradoras (6) utilizaram 30 máscaras.
Luís Moreira