Câmara de Braga critica falta de autonomia dos organismos locais de saúde e da Segurança Social
"Não podem comprar um prego sem autorização de Lisboa", lamenta vereador Altino Bessa.
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A "total falta de autonomia" dos organismos locais e regionais da saúde e da segurança social dificulta e atrasa o combate à pandemia de Covid-19. A crítica é do vereador da Proteção Civil de Braga, Altino Bessa, segundo o qual não faz sentido que os respetivos ministérios não autorizem os seus representantes locais a "comprarem um prego, sem autorização de Lisboa".
Em declarações ao JN, o autarca apresenta como exemplo a situação existente em lares: "temos quatro situações graves em lares na cidade, com pessoas infetadas e sem recursos humanos. Se quiserem contratar alguém, pedem à Segurança Social e esta não tem poder para dizer sim", lamenta.
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Altino Bessa diz que tem mantido reuniões periódicas com as duas estruturas estatais e, em todas elas, semana a semana, a situação se mantém. "Há uma lista nas mãos do organismo de saúde de Braga, com 30 enfermeiros que se ofereceram para trabalhar, o que seria excelente, mas ninguém decide porque, e não é só nesta região, os representantes locais do Estado não mandam nada".
Bessa dá, a propósito, outro exemplo do que diz ser a paralisia estatal: "a Câmara de Braga encontrou, de parceria com agentes privados, vários locais que podem acolher utentes não infetados de lares de instituições sociais. Mas isso é impossível porque não há recursos humanos e ninguém os pode contratar!".
Na sua opinião, o Governo olhou tardiamente para a situação dos lares que acolhem idosos, que estão, agora, numa situação "muito difícil e em vias de se tornar catastrófica".
"Os centros de saúde e os diversos gabinetes da Segurança Social conhecem o terreno e as instituições, mas não podem acudir a nada!", lamentou.