Prevenir a ocorrência de cheias e "antecipar" o impacto das alterações climáticas são os principais objetivos do plano de drenagem pluvial da cidade de Leiria, apresentado na terça-feira, que prevê investimentos de seis milhões de euros, a executar até 2035.
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Entre as soluções propostas está a instalação de um sistema de monitorização e aviso de inundação, a construção de dois diques e a instalação de uma estação elevatória com eletrobombas, que permitirá escoar água do grande caneiro que atravessa a cidade.
O plano contempla também a construção de condutas "a meia encosta", encaminhadas para o rio, de forma "a liberar a zona baixa da cidade dos caudais da zona alta", explica José Saldanha de Matos, especialista em hidráulica e coautor do estudo.
Segundo o técnico, está ainda prevista a instalação de "dispositivos de controlo de caudal", que farão com que o sistema de drenagem, ainda unitário em muitas zonas da cidade, "só descarregue para o rio quando a diluição das águas residuais atingir os valores recomendados".
"Adiar é complicar"
O plano prevê também a reabilitação do caneiro, abandonando o projeto para a construção de uma nova estrutura que obrigaria a "esventrar" a avenida Heróis de Angola, uma das principais artérias da cidade. Segundo a equipa técnica, a solução agora preconizada tem um desempenho hidráulico e resiliência a fenómenos de inundação "similar" à substituição do caneiro e custará "menos quatro milhões de euros".
Esta redução do valor do investimento é também destacada pelo presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, que salienta ainda o facto de a solução recomendada ter "menos impactos na vida da cidade, mas ser "igualmente capaz do ponto de vista técnico", em comparação com a solução inicialmente apontada.
"Adiar é complicar", pode ler-se nas conclusões do estudo, frisando que a nova diretiva de águas residuais "dá ênfase à contaminação por pluviais urbanos e exige monitorização e planos até 2030". "Fazer mais cedo é poupar dinheiro", reforça Saldanha de Matos.