Misericórdia de Lousada só avisou quando utente já estava de regresso. Sete doentes e quatro bombeiros sob vigilância.
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Uma paciente do Hospital da Misericórdia de Lousada foi transportada pelos bombeiros para fazer hemodiálise em Penafiel e estava com covid-19 sem que a corporação soubesse. A utente já tinha sido testada e aguardava o resultado quando foi feito o transporte, anteontem de manhã. Era suspeita, mas os bombeiros só foram avisados quando já regressavam com a mulher que acabou por testar positivo.
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Confrontado com a questão, José Aires, comandante dos Bombeiros Voluntários de Lousada, confirmou o transporte da doente, assim como o desconhecimento de que estivesse infetada. Acrescentou ainda que "depois do sucedido foram colocados em quarentena sete doentes que estiveram em contacto com ela e quatro bombeiros estão sob vigilância".
O JN tentou, sem sucesso, contactar a Santa Casa de Lousada. O primeiro caso no Hospital da Misericórdia foi detetado segunda-feira, mas já há 12 pacientes e seis funcionários infetados. Segundo a ARS Norte, a unidade não tem condições para proceder ao isolamento dos infetados e pediu apoio à Proteção Civil para a transferência dos utentes positivos para outra unidade de saúde.
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Dois lares em Famalicão
Em Famalicão, no Centro Social e Paroquial de S. Cosme, há 26 utentes e 17 profissionais infetados. O surto foi confirmado ontem pela diretora do lar, Isabel Jardim, depois de alguns utentes terem sintomas ligeiros: "Queixavam-se de dores musculares, náuseas e, em conjunto com a Saúde Pública, decidiu-se fazer o rastreio". Dos 55 profissionais do lar, 17 estão infetados, assim como 26 dos 30 idosos que lá residem. Os utentes que testaram negativo foram transferidos para um edifício autónomo. As equipas de apoio domiciliário testaram negativo.
Em Vermoim, no mesmo concelho, há utentes e funcionários infetados no lar residencial "A Minha Casa" da Associação de Prevenção e Apoio à Deficiência. No Facebook, a instituição revelou que dois utentes estão no hospital e dez estão a ser tratados no lar. As 14 funcionárias estão "em quarentena, em tratamento ou em intervenção", diz a associação, que não esclarece quantas estão infetadas.
Santarém pede fecho
A Direção do lar na Póvoa de Santarém pediu o fecho da casa de repouso por causa do tratamento dado aos 21 idosos com diagnóstico positivo que ficaram naquela instituição, depois de um surto ter contagiado 42 utentes e 13 funcionários. Por falta de pessoal no lar, a Segurança Social conseguiu 11 funcionários, mais dois enfermeiros e um médico. No entanto, Amélia Silva, diretora do lar, disse à RTP que os funcionários da Segurança Social "não tinham habilitações" para dar medicação e alimentação por sonda. Até ontem, as refeições foram dadas "por dois elementos que continuavam na instituição", a quem o delegado de saúde já "tinha mandado para casa", denuncia.