Líder da Direção-Geral de Recursos Naturais vai ouvir os pescadores sobre eólicas offshore
José Simão, da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), vai a Caminha, a 18 de maio, conversar com os pescadores sobre os novos parques eólicos offshore.
Corpo do artigo
Segundo Augusto Porto, da Associação de Pescadores Profissionais do rio Minho e Mar, a reunião servirá para auscultar as associações de pesca, que têm protestado por não terem sido ouvidas sobre a proposta que define cinco novas áreas para exploração de energias renováveis no mar, ao largo de Viana do Castelo, Leixões, Figueira da Foz, Ericeira-Cascais e Sines. E que esteve em consulta entre 30 de janeiro e o dia 10 de março.
Os pescadores da região vão reunir-se, esta quinta-feira, para prepararem o encontro, definindo que questões vão colocar a José Simão e a eventual reivindicação de compensações económicas.
"Reuni com o presidente da câmara de Caminha, que informou que o diretor-geral da DGRM vem cá no dia 18 de maio reunir com todas as entidades e com as associações de pescadores de Viana do Castelo e Caminha", declarou ao Jornal de Notícias, Augusto Porto, adiantando que o autarca caminhense, Rui Lages, deverá também participar, no dia 8 [próxima segunda-feira], numa reunião da Comissão Consultiva que apoia e acompanha o desenvolvimento do plano de afetação de áreas marítimas para exploração de energias renováveis. Uma iniciativa convocada pelo Governo e que reunirá autarcas, representantes de CIM's e outras entidades.
De acordo com Augusto Porto, no encontro a realizar em Caminha, João Simão deverá "prestar esclarecimentos sobre as eólicas offshore e auscultar o que as associações de pesca têm a dizer". "Vamos reunir [hoje] e tomar nota do que deveremos reivindicar. Queremos que os parques se afastem o mais possível da costa. Temos presente que as eólicas vão ser uma realidade e queremos afastá-las o máximo possível", referiu o líder da comunidade piscatória de Caminha. "Sabemos que vamos ter consequências e, por isso, vamos querer salvaguardar os nossos interesses económicos neste processo", acrescentou.
Recorde-se que, recentemente, três associações de pesca do Alto Minho se juntaram ao movimento nacional de contestação à instalação de novos parques eólicos no mar, com um abaixo-assinado alertando para o possível impacto dos futuros parques em espécies migratórias como a lampreia, o sável e o meixão.
A iniciativa da vereadora do PSD local, Liliana Silva, reuniu cerca de meio milhar de assinaturas e envolveu as associações de pescadores Profissionais e Desportivos de Vila Praia de Âncora, do rio Minho e Mar (Caminha), e da Ribeira Minho (Vila Nova de Cerveira e Valença), que reivindicam ser ouvidas pela tutela sobre os riscos que entendem que as eólicas offshore podem implicar.
Recorde-se que o protesto se estende a associações de pesca e sindicatos do setor de todo o país, que em vários momentos têm vindo a manifestar-se contra o facto de não terem sido ouvidos neste processo e a alertar para o risco que os futuros parques offshore poderão significar para as comunidades piscatórias portuguesas.