Limpeza da nafta e lamas em Santiago do Cacém deve terminar esta tarde
As operações de remoção da nafta e lamas oleosas derramadas em várias ruas da cidade de Santiago do Cacém, que estão a ser limpas, devem terminar "ao fim da tarde". Autarca culpa a Estradas de Portugal por ter "retirado a sinalização que proibia o transporte de matérias perigosas no perímetro urbano".
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Vítor Proença, presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, explicou à Agência Lusa que os trabalhos estão "praticamente concluídos" e que, esta sexta-feira de manhã, "já só está cortado ao trânsito um troço" de estrada.
"Ainda continuam, aí, as operações de limpeza, porque estivemos a lavar a Rua Egas Moniz, que era a última que faltava, e ainda se tem que proceder à varredura", frisou. Por isso, o autarca disse acreditar que "tudo esteja resolvido até ao fim da tarde".
"O camião não devia ter passado pela cidade", enfatizou o autarca Vítor Proença, que culpa a Estradas de Portugal por ter "retirado a sinalização que proibia o transporte de matérias perigosas no perímetro urbano".
O incidente aconteceu ao final da tarde de quinta-feira, quando um camião de transporte de lixo industrial perigoso derramou nafta e lamas em várias ruas da cidade alentejana. Trata-se de lixo produzido pela indústria petroquímica de Sines e que está depositado em aterro, há décadas.
O aterro onde estão depositados estes resíduos é gerido pela empresa Águas de Santo André, que entregou o serviço de armazenamento e tratamento dos mesmos à empresa EGEO, a qual subcontratou uma outra empresa, a TML, para o transporte do lixo industrial.
O passivo ambiental depositado há 30 anos no aterro sanitário de Maria da Moita atingia as 140 mil toneladas, estando, desde há uns meses, a ser encaminhado para os dois Centros Integrados de Recuperação, Valorização e Eliminação de Resíduos Perigosos (CIRVER) da Chamusca.
O responsável pela Protecção Civil Municipal, Fernando Dinis, descreveu à Lusa que o camião de transporte de resíduos industriais perigosos deixou cair as lamas e nafta por falta de acondicionamento.
Os resíduos, segundo o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Setúbal, foram derramados na via pública numa extensão de três quilómetros. Ao longo de pouco mais de dois quilómetros foram apenas salpicos.
As operações de remoção estão a ser efetuadas por duas empresas contratadas pela Câmara de Santiago do Cacém.
À população, a Protecção Civil Municipal recomendou o fecho de janelas, dado os maus cheiros, não tocar nos resíduos e não circular nas ruas atingidas pelo derrame.