O projecto da linha de Valbom será alterado para servir o hospital-escola da Universidade Fernando Pessoa em Gondomar. O Ministério do Ambiente não exige mudanças ao traçado no Porto, até porque a Câmara não manifestou qualquer objecção.
Corpo do artigo
O Município ficou em silêncio durante a consulta pública do estudo prévio (entre 28 de Abril e 28 de Maio) da linha que aproximará Campanhã (Porto) do centro de Gondomar. Não emitiu um parecer sobre o trajecto, apesar de, em Junho passado, a Maioria PSD/PP ter manifestado preocupação pelo facto do metro não servir Azevedo de Campanhã.
Essa apreensão não foi expressa no momento em que o projecto esteve em discussão pública. Daí que o Governo tenha concedido declaração de impacte ambiental favorável condicionada ao traçado, excepto no troço entre as estações de S. Pinheiro e Oliveira Martins. Só nessa zona haverá alterações, com um desvio para servir a unidade hospitalar em construção em S. Cosme.
Ao contrário da Autarquia portuense, a Junta e a Assembleia de Freguesia de Valbom e a Câmara de Gondomar pronunciaram-se sobre o estudo prévio da Metro. O Município viu o seu pedido ser atendido.
A Autarquia liderada por Valentim Loureiro sugeriu que as composições passassem junto ao hospital-escola da Universidade Fernando Pessoa, criando-se uma nova estação.
A Comissão de Avaliação, nomeada pela Agência Portuguesa do Ambiente, entendeu que a pretensão tem mérito, porque, "para além de permitir que a linha de Valbom venha a servir aquele equipamento, o que foi considerado muito positivo, poderá também proporcionar um incremento da população servida", como pode ler-se na declaração de impacte ambiental, emitida a 29 de Julho deste ano.
Assim, em vez de seis estações (três enterradas e três à superfície), a segunda ligação do metro entre Porto e Gondomar terá uma sétima paragem. Com uma extensão de 5,7 quilómetros - 48% em túnel -, a construção da linha custará 183 milhões de euros e demorará dois anos. O arranque da operação está previsto para 2018. A viagem entre a estação de Campanhã e o centro de Gondomar demorará oito minutos.
Menos felizes foram a Junta e a Assembleia de Freguesia de Valbom que defendiam a relocalização da estação S. Pinheiro para uma distância de 300 a 350 metros a Oeste, de modo a aproximar-se do centro da freguesia. Mas a mudança foi rejeitada por resultar num acréscimo de custos.
"A relocalização pretendida não só implicará o enterramento da estação S. Pinheiro, como não se prevê que a mesma se venha a traduzir num aumento de população servida que justifique os custos inerentes ao enterramento. Neste sentido e ponderando os custos/benefícios da pretensão, a CA [Comissão de Avaliação] considerou que a alteração proposta não se afigura uma medida eficaz", refere-se no documento, a que o JN teve acesso.
A execução desta ligação contempla a regularização fluvial do rio Torto numa extensão de 480 metros, o que implicará a construção de um novo pontão na EN209 e a relocalização do lavadouro na Rua do Freixo, do campo de jogos e do edifício de apoio.
Esta obra obrigará a demolir, ainda, três casas e anexos em Campanhã, armazéns agrícolas em ruínas em Valbom e uma habitação em bom estado de conservação e um tanque em S. Cosme. O Governo exige que seja encontrado um novo espaço para que o funcionamento da feira semanal de Gondomar, cujo terreno será ocupado pelo metro, não seja afectado.