Gondomar é a única sede do concelho do primeiro anel da Área Metropolitana do Porto sem metro no centro e que ficou afastada da primeira fase. Estava previsto que a tão ansiada Linha do Souto arrancasse em 2019, mas até agora não passa de uma promessa.
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Depois de revisões do projeto, a fim de deixar a empreitada mais barata, a informação mais recente aponta para o segundo semestre de 2023 o limite do arranque da obra. Sendo certo que a Metro já adjudicou a engenharia geotécnica e o projeto de execução daquela que será a segunda linha no concelho. Com um custo estimado de 140 milhões de euros, a nova linha irá das Antas, no Porto, até S. Cosme, servindo os bairros do Cerco, Lagarteiro e o Hospital-Escola Fernando Pessoa.
Mas isto, por agora, pouco ou nada diz à população que diariamente se vê confrontada com carruagens lotadas, na linha F, que liga Fânzeres à Senhora da Hora sem ser necessário fazer transbordo, sobretudo em horas de ponta.
Aliás, com a pandemia foi prometida a circulação de mais veículos, afim de se evitarem ajuntamentos. Os utentes queixam-se que se têm de sujeitar a andar em metros, nos quais não é possível manter as distâncias desejadas.
Já outros, para pouparem no título de transporte e no tempo de viagem até ao Porto, preferem deslocar-se de carro até estações mais próximas, como Levada ou Rio Tinto.
A este propósito, convém lembrar que uma grande parte da população ativa sai diariamente do concelho para trabalhar ou estudar.
PESO DO AUTOMÓVEL
Alguns aspetos negativos divulgados no relatório sobre o estado do ordenamento do território de Gondomar, de 2018, apontava "o elevado peso do automóvel nas deslocações pendulares, a expansão do sistema ferroviário ligeiro por concretizar e a reduzida percentagem de movimentos efetuados por mobilidade suava (13%)".
Além da realidade rodoviária, o mesmo documento salienta o facto "de o concelho apresentar uma taxa de movimentos pendulares efetuados por transporte coletivo de 26%". Facto que, quando analisada "a envolvente metropolitana/regional e nacional, se destaca". Nomeadamente, com a existência da rede pública STCP, e pela privada Gondomarense.
Porém, também nos autocarros existem queixas por parte dos passageiros. Sobretudo, os que vivem no alto concelho (como Gens, Covelo, Lixa, Leverinho e Ferreirinha) e têm de sujeitar-se a horários e rotas desajustadas. A grande maioria de ligação à cidade do Porto.
Houve alturas em que, em certos períodos do dia, a frequência chegou a ser de duas horas. Tanto assim, que há um ano a Autarquia anunciou o reforço do serviço da Gondomarense face às queixas que davam conta de ligações insuficientes e de veículos cheios, não respeitando as normas da Direção-Geral de Saúde. Contudo, as queixas perduram.