O plano de mobilidade da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), planeado para 1,2 milhões de pessoas, prevê o aluguer de 4000 autocarros para levar os peregrinos até ao Parque Tejo Trancão, situado entre Lisboa e Loures.
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No recinto, haverá corredores pedonais, de transportes coletivos e para o Papa, e será dada prioridade às deslocações a pé. "É esperado que façam grandes caminhadas todos os dias do evento. É positivo porque prevê-se que os transportes, apesar de reforçados, vão funcionar em sobrecarga", avançou Isabel Pimenta, da empresa VTM, empresa responsável pela elaboração do plano de mobilidade, apresentado, esta tarde de quarta-feira, em Lisboa.
Centenas de milhares de pessoas vão deslocar-se, na Grande Lisboa, na primeira semana de agosto, no maior evento que a capital já recebeu. O plano de mobilidade prevê que 200 mil fiéis sejam transportados em 4000 autocarros e 300 mil peregrinos em transporte individual. Espera-se ainda que mais 120 mil carros entrem e estacionem na cidade e, por isso, haverá locais de estacionamento específicos, que estão a ser encontrados com a ajuda dos municípios. Isabel Pimenta reconheceu que "estacionar quatro mil autocarros dentro da cidade é um desafio bastante exigente".
Dentro do recinto do Parque Tejo Trancão, prevê-se que os jovens percorram entre 30 a 60 minutos a pé. Uma das responsáveis pela elaboração do plano explicou que "nas jornadas é comum caminharem dez quilómetros por dia", referindo-se a deslocações maiores de outros pontos da cidade até ao recinto. Esclareceu, contudo, que "não vamos ter ninguém a andar a pé de Cascais para Lisboa" e que "a importância da componente pedonal tem a ver com o tipo de evento" e com as restrições, "porque as capacidades são limitadas".
No final da apresentação do plano, questionada pelos jornalistas sobre se os peregrinos poderão vir a deslocar-se de bicicletas ou trotinetas para os locais onde se vão realizar os eventos da jornada, Isabel Pimenta não excluiu essa hipótese, admitindo a possibilidade de se fazer algum acordo com as operadoras deste tipo de transporte.
"A mobilidade suave está a ser equacionada. Estes modos de deslocação têm alguns riscos por serem incompatibilizados com a restante circulação (de outros transportes) e com grandes massas pedonais. Por isso, vão ser definidos perímetros onde não poderão ser utilizados", referiu, acrescentando que "ainda não há acordos estabelecidos" com operadores de mobilidade suave.
O coordenador do grupo de projeto para a Jornada Mundial da Juventude, José Sá Fernandes, que também esteve presente na apresentação do plano de mobilidade, explicou que "a arquitetura da mobilidade vai assentar em vários tipos de corredores". "Haverá perímetros fechados, corredores específicos para peões, para transportes coletivos e para o Papa".
Até agora, 400 000 jovens realizaram a pré-inscrição na Jornada Mundial da Juventude, mas ainda não se conhece o número de inscrições concluídas (pagas). Entre peregrinos, inscritos e não inscritos, voluntários e residentes ou turistas que possam deslocar-se ao evento católico, prevê-se que Lisboa receba 1,2 milhões de peregrinos, mas não é certo. As inscrições na Jornada estão abertas até um mês antes da JMJ e o plano de mobilidade poderá sofrer alterações até lá.
"Há uma incerteza que se vai manter ao longo deste trabalho. Neste momento, existem intenções de inscrições, não temos um número fechado de inscrições", admitiu Isabel Pimenta, acrescentando que "não estamos à espera que o número de pré-inscritos até hoje dupliquem".