Desconhecidos despejaram, em bidões, toneladas de resíduos tóxicos, numa mata de Alfena. Alguns dos 21 enormes recipientes metálicos, contendo substâncias perigosas, já começaram a vazar e existe elevado risco de poluir uma ribeira existente a poucos metros, que desagua no rio Leça.
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O caso, que o presidente da Câmara de Valongo, José Manuel Ribeiro, qualifica como “enorme crime ambiental” já está a ser investigado pelas autoridades. Mas enquanto isso, aquela matéria, cinzenta, densa e gordurosa continua a estender-se lentamente até à ribeira.
O cenário choca quem por lá passa. Trata-se de uma mata, na Rua da Ferraria (Codiceira), em Alfena, a poucos metros de Folgosa, localidade do vizinho concelho da Maia.
Poucos metros dentro da mata que ladeia a Rua da Ferraria, foram depositadas mais de duas dezenas de enormes bidões. O despejo foi feito no meio de um caminho de terra batida, próximo da ribeira, e que até há pouco era bastante frequentado por amantes da caminhada e de passeios de bicicleta.
O JN contactou a GNR de Alfena, cujo comandante confirmou conhecer a situação, acrescentando já ter reportado o caso ao Núcleo de Proteção Ambiental da GNR de Santo Tirso que estará a investigar.
Autarquia já comunicou o crime
Contactámos também o responsável pelo pelouro do Ambiente da Câmara de Valongo, no caso o próprio presidente da autarquia. José Manuel Ribeiro também assumiu “saber do caso” e afirmou que já fez o que legalmente podia. O autarca disse ao JN que “logo que foi conhecido esse enorme crime ambiental”, o município comunicou o caso às autoridades competentes”. Questionado sobre o facto de os resíduos lá continuarem, o presidente salientou que à câmara estava “vedado o manuseamento de matérias como são, aparentemente, as que estão em causa”.
Sem concretizar a natureza e perigosidade dessas substâncias, José Manuel Ribeiro enfatizou a preocupação que o caso lhe suscita, adiantando que enquanto aguarda resultados da investigação, ordenou um “procedimento de contratação de uma empresa certificada e autorizada na remoção desse tipo resíduos”.
Quanto tempo vai demorar a remoção daquela matéria cinzenta, gorda e nauseabunda, o autarca não soube responder. “Espero, sinceramente, retirá-la com a maior rapidez possível”, sublinhou. O presidente acrescentou ainda a esperança de que cheguem a bom porto as investigações para identificar os autores” do crime ambiental. “Além de poluírem gravemente a nossa terra, ainda obrigam a autarquia a pagar milhares de euros para limpar o que fizeram”, concluiu, em tom de lamento.