O Hospital Veterinário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro está a tratar e a recuperar um lobo ibérico que sofreu uma fratura grave e foi recolhido perto da A4, em Bragança.
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O animal protegido chegou muito debilitado ao Centro de Recuperação de Animais Selvagens (CRAS) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, depois de ter sido encontrado perto dos limites do Parque Natural de Montesinho, na zona do vale do Sabor e nas proximidades da A4.
Ferimentos aparentam ter sido provocados por um atropelamento
O médico veterinário Filipe Silva explicou à agência Lusa que se trata de um lobo adulto que sofreu uma fratura grave no osso úmero, do membro esquerdo, e que teve que ser sujeito a uma intervenção cirúrgica por parte da equipa de ortopedia.
Os ferimentos aparentam ter sido provocados, segundo o responsável, por um atropelamento.
O animal selvagem está agora a recuperar no CRAS, completamente isolado e com contacto mínimo com os humanos. A vigilância permanente é feita através de câmaras de vídeo e o contacto com os veterinários limitado apenas aos períodos de alimentação e medicação.
Médico prevê um longo período de recuperação para o lobo
Filipe Silva referiu que se prevê um longo período de recuperação para o lobo que, posteriormente e se tudo correr bem, poderá ser devolvido à natureza, numa operação que terá que ser coordenada com o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
De acordo com um comunicado do ICNF, a recolha do animal, que aconteceu na segunda-feira, foi feita através do seu Departamento Norte, em articulação com o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente da GNR de Bragança e com uma equipa do Hospital Veterinário da UTAD.
O CRAS da academia transmontana trata uma média de 300 animais selvagens por ano, 85% a 90% dos quais aves, provenientes do Norte e Centro do país. Os ferimentos estão na maior parte dos casos relacionados com a atividade humana, como tiros, atropelamentos ou a manutenção em cativeiro. A eletrocussão é também uma das causas dos ferimentos dos animais.
Depois de recuperados alguns animais são devolvidos à natureza, numa ação que, regra geral, é acompanhada de ações pedagógicas e palestras direcionadas para as crianças das escolas da região.
Este centro de recuperação além de receber, acolher, tratar e reabilitar a fauna selvagem autóctone, dedica-se à formação de profissionais para trabalharem com estes animais e à investigação na conservação da fauna selvagem e do seu habitat.