Projeto da EDP prevê instalação de nove aerogeradores na Serra da Cabreira. Iberdrola também pode ver chumbado plano para o Tâmega.
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A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) deu parecer negativo ao novo parque eólico que a EDP quer implementar na Serra da Cabreira, em Vieira do Minho. O relatório refere que "o projeto irá induzir impactes negativos muito significativos, sobre uma espécie em perigo de extinção em Portugal, o lobo ibérico, protegida por legislação nacional e internacional".
"A Comissão de Avaliação considera que o projeto não é compatível com a salvaguarda dos valores ambientais existentes na área afetada", reforça o estudo do impacto ambiental.
Concretamente, o projeto da EDP prevê a instalação de nove aerogeradores, que dará para produzir, por ano, cerca de 83,46 gigawatts. A ideia é ligar o parque eólico à central hidroelétrica de Vila Nova, "por meio de uma linha de transmissão de alta tensão e de uma subestação", explica a EDP no documento entregue para avaliação.
Ao JN, a empresa afirmou estar "a analisar a decisão da APA e a avaliar opções para continuar a apoiar a transição energética de Portugal, nomeadamente através de projetos de hibridização". A EDP garantiu, ainda, que "mantém uma posição de valorização da proteção da biodiversidade em todos os seus projetos".
António Cardoso, presidente da Câmara de Vieira do Minho, também se mostrou surpreendido com a decisão. "Existem lobos ibéricos na Serra da Cabreira, mas já temos 16 aerogeradores ali instalados e ninguém pôs esse problema antes", referiu o autarca.
Sobre isso, a APA explica no estudo ambiental que a alcateia da Cabreira, "terá abandonado definitivamente o local Talefe Norte, onde anteriormente se reproduzia, após a construção do Parque Eólico da Serra da Cabreira".
Tâmega à espera
Os parques eólicos do Tâmega Norte e Tâmega Sul, um investimento da Iberdrola, também, aguardam o parecer da APA. O projeto, que visa a instalação de 73 aerogeradores, pode ficar igualmente condicionado devido à presença de lobos ibéricos nos territórios de implementação, entre os concelhos de Cabeceiras de Basto, Mondim de Basto e Ribeira de Pena.