Câmara aposta em rede de espaços verdes de proximidade, preservando a memória dos locais e aproveitando o edificado, que ganha novos usos.
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A aposta da Maia numa rede de jardins de proximidade - atualmente são mais de 40 e em perspetiva, entre obras em curso, em concurso e em projeto, há um investimento a rondar um milhão de euros - está a permitir recuperar património edificado que estava ao abandono e resolver alguns problemas urbanísticos como o ruído do trânsito. A população fica com espaços verdes mais perto e os projetos são desenhados de forma a preservar a história e a aproveitar os recursos de cada local. Atualmente, há dois jardins em construção, dois em concurso e outros dois em fase de projeto.
Em Sangemil, está em execução "um projeto que vinha a ser adiado há vários anos, e que é o exemplo perfeito da estratégia da Autarquia", sublinha Marta Peneda, vereadora do Ambiente. Orçado em 274 mil euros, o jardim do Regado está a ser construído aproveitando as pedras dos muros que envolviam o terreno. Também ali está uma antiga casa agrícola, que vai ser reabilitada e "servirá para outros fins, um investimento posterior, ainda a ser pensado".
A requalificação do parque das Fontes, no centro da Maia, teve um custo na ordem dos 370 mil euros e, para além da fruição pública, tem uma finalidade específica: reduzir o ruído do trânsito da Via Norte, que passa mesmo ao lado, através da plantação de várias árvores, de freixos a carvalhos.
Limpeza do rio Leça
Na freguesia de Milheirós vai nascer o parque fluvial de Alvura, que será fundamental no âmbito do Corredor Verde do Leça. "Será o epicentro da estratégia para a despoluição do rio", partilha Marta Peneda. "Está prevista a limpeza do leito do rio e o controlo de espécies invasoras", acrescentou. Também o parque de Ponte de Moreira, em Espido, está a servir o projeto intermunicipal, fazendo a ligação com Matosinhos.
Ainda para Moreira está a decorrer o concurso do parque urbano que ficará no espaço que integrava a antiga Quinta do Mosteiro. O projeto, investimento de 338 mil euros, tem um prazo de execução de seis meses. Estando concluídos os trabalhos neste parque, o Município pretende testar o projeto "esponja", tornando os solos capazes de armazenar água, para usar em tempos de seca.
"O sistema tem de ser testado em dois locais aproximados, para que não existam diferenças quanto às características do terreno e clima, que influenciem os resultados", explicou a vereadora do Ambiente. Os parques escolhidos são ambos em Moreira.
Se tiver resultados satisfatórios, além dos benefícios ambientais, o sistema vai permitir uma grande poupança, bem como substituir os sistemas de rega, sublinhou.
Está prevista ainda a criação dos parques da Pedreira (Águas Santas) e do Castelo da Maia. Este último segue a linha estratégica do município, e vai ocupar os terrenos onde estavam os antigos contentores de uma escola pública.
Os cidadãos são os guardiões dos espaços verdes
A vereadora do Ambiente sublinha que, apesar de todo o investimento, parte da população não respeita as áreas tratadas, apesar das ações de sensibilização realizadas. Relembra, por exemplo, o episódio de vandalismo no ecopasseio instalado junto à estação de metro de Mandim. "Tinha sido colocado um passadiço de madeira, feito com as árvores do local. Passado uns dias, já tinham roubado parte do percurso". Afirmando que "a Câmara faz os possíveis para combater o vandalismo ou os pedidos caricatos, como o abate de árvores para criar mais estacionamento", Marta Peneda sublinha que "os cidadãos são os guardiões dos espaços verdes".
Parques caninos
Ainda este ano, a Câmara da Maia pretende anunciar dez novos parques caninos, um por cada freguesia. Atualmente, o concelho tem três do género, em Vila Nova da Telha, Moreira e Pedrouços.
Reciclagem
Na Maia, quem reciclar mais, paga menos pelo tratamento de lixos. No âmbito do "Recicle Mais, Pague Menos", a tarifa é indexada à produção de resíduos.