Maioria dos autos foi aplicada a turistas em zonas fluviais e em estacionamento. Houve um aumento do número de pessoas que se perderam a fazer caminhadas.
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Registe-se ainda a subida do número de turistas que se perderam nos trilhos geresianos, que costumam terminar também em multa, porque, na maioria das vezes, aventuram-se por zonas restritas. Nota-se, no entanto, uma acentuada descida de casos de ferimentos no acesso e nas cascatas e lagoas do Gerês.
Até ao final da semana passada, e em igual período homólogo, a GNR e o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) registaram um total de 738 autos de contraordenação, contra os 589 idênticos do ano passado, quando ainda não havia fiscalização permanente dos elementos do novo posto de Busca e Resgate em Montanha da GNR, estrutura da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS). O aumento mais significativo das coimas aplicadas pela GNR verificou-se nas áreas fluviais (de 154 para 205) e no estacionamento, de 230 para 332.
Menos mortos
O número e a gravidade de acidentes ocorridos nas cascatas e lagoas do Parque Nacional da Peneda-Gerês diminuíram, registando-se, em 2021, 11 resgates com 11 feridos nas cascatas e lagoas, enquanto em período homólogo de 2020 houve 19 casos e 24 feridos.
O maior problema continua a ser a área fluvial, já que as mortes por afogamento (ainda que tenham diminuído) continuam a verificar-se na albufeira da Caniçada (três mortes em 2020 e uma em 2021).
Até ao passado dia 20, foram realizadas 22 operações de busca por turistas perdidos, num total de 49 caminhantes, quando em 2020 a GNR interveio em quatro situações idênticas.
"Importa referir que a GNR desenvolve a atividade operacional empenhando várias valências em ações coordenadas de patrulhamento, fiscalização e sensibilização, de forma flexível e promovendo a visibilidade e segurança pública no Parque Nacional da Peneda-Gerês", destaca o tenente-coronel João Fonseca, porta-voz e chefe da Divisão de Comunicação e Relações Públicas da GNR.
Os últimos anos têm sido marcados por muitos acidentes no parque natural, alguns muito graves. Desde 2012, já ali perderam a vida 12 pessoas. Entre 2012 e 2016 morreram uma pessoa por ano, em 2017 não houve óbitos e em 2018 houve três, mais duas do que em 2019 e igual número a 2020. Esses óbitos registaram-se em cascatas, lagoas e rios, 11 dos quais em Terras de Bouro. A 12.ª morte aconteceu nas Sete Lagoas, em Cabril, Montalegre, no ano de 2019.
De 200 a 280 euros
As coimas são de 200 euros para os casos de estacionamento indevido de automóveis ou motos, enquanto quem acede a áreas de proteção total sem autorização paga 280 euros.
Mortes
Desde 2012, já morreram 12 pessoas afogadas ou sinistradas nas cascatas, lagos e rios do Parque Natural da Peneda-Gerês.